Turnê clínica.

Para apresentar ao meu espírito a paz que sempre procurei, eu não mediria esforços, extinguiria o negrume do céu,

Traria a esperança de um sorriso que na brisa do vento pudesse encontrar, pintaria de um azul claro este véu,

O temor e aflição não me torturariam, nos meus pensamentos depositaria um sol ardente ainda que essas idéias não se realizassem,

Numa narrativa de contentamentos, veria a nostalgia do passado me convidando para estar onde estes enleios se finalizassem,

No recorte deste ensejo silencioso, sobre cartas e retratos, lembraria de todas as ocasiões originadas dos pensamentos,

Saberia o que dizer a um coração quando a solidão circundasse, ele enfraquecesse e latejasse, atento aos meus sentimentos,

Descreveria de onde vêm minhas serenatas, minhas composições registradas nas trilhas de luz e esperança,

Eu passaria horas com a porta entreaberta, no sorriso sem jeito poderia nada notar, assistiria o tempo passar neste canal de confiança,

Minha alma notaria todo tipo de arte, contos, histórias, ficção, o que até mesmo esta razão não saberia,

Veria o tempo passar aprendendo grandes lições, descrevendo coisa nenhuma em muitos termos de poesia,

Sorriria sem movimentar os lábios silenciados num sinal dos dedos, perduraria sem precisar prestar conta da vida,

Engrandeceria a quimera em meio à razão e o firmamento, exporia narrativas vivas, personalidade de quem dá guarida,

Daria um vôo rasante rumo à realidade, somente admitindo os fatos, adejando ao supino das luzes do meu amadurecimento,

Encontraria o próximo verbo em minha declaração, na oscilação das hélices e o vento, prontos para soprar ao longe meu pensamento,

E com tamanha destreza, viajaria pela vida aguçando meus desejos, desvendando a minha alma no sossego pintado em tom pastel,

Instruído nos bondosos exemplos que navegam em águas translúcidas, na magia inocente de um barquinho de papel!

Amaro Larroza.