... Somente “AR”..
Anseio, (com fé), outra vez nas asas de meu ANJO poder alucinadamente adejar,
Na nascente desta alma adormecer e, no momento seguinte, poder despertar,
Deixei-me induzir neste devaneio alucinado, dupliquei este anseio por voltar,
Peregrinação em sina configurada em cada uma das metades da órbita lunar,
Afastei-me pela manhã até o rumo norte, não olhei pra trás pra não chorar,
Escoltei-me na sombra do vento, um adeus, um afago vazio a me embriagar,
Rastros de poeira pela estrada, toadas, direções incertas por onde chegar,
Vertem-se lágrimas no horizonte, uma imensidão de estrelas no silencio do luar,
Ficou para trás a minha jornada, segui com torrentes de água no olhar,
Permaneceu a esperança; no emudecer do amanhã haverá de ter um rio que se converterá em mar,
Velejará como a fragata no remanso onde impera a saudade que insiste em querer ficar,
Não resolve retirar-se do espaço que a gente convive, pois o pensamento ficará no lugar,
Brandindo em sussurros entre águas inabitadas, destino do vento, suaves brisas a voar,
Estou regressando, pois é chegada à hora, o tempo de experiências já se foi, fantasias se perdem pelo ar,
Exultantes pensamentos espargem em entusiasmos, Anjos em acordes na alma a enflorar,
Sorrateiramente pela mesma trilha retornarei, derradeira chama do viver onde é o meu lugar,
Faz tempo que eu não abraço meu mundo inteiro ante um vasto e celeste mar,
Ponho meu rumo na estrada, abrigo os caminhos para o meu sustentar,
O vento forte vem trazer recados sutis, uma exótica noite para ornamentar,
Vou revelando meus cabelos brancos que a geada fria demora-se em enfeitar,
Um dia eu sei vou mudar de ponta numa manhã de alguma primavera a despontar,
A noite virá impelindo o tempo na ilusão dos sonhos para a vida enfeitar,
Raios de sol brilharão onde há o encontro com o sereno céu sobre as águas revoltas a lacrimejar,
Não vou desistir de localizar meu Anjo, quem sabe eu o encontre por aí e ainda queira me amar,...
Amaro Larroza.