Pequenas coisas

Viver é tão simples que acabamos por complicar nossas vidas. Queremos tomar banho de sol em piscinas abarrotadas de gente, onde proliferam tantas enfermidades quando nos bastaria tomar banho de mangueira no quintal.

Deliciar-se em Chapinhar na enxurrada ou comer frutas no pé e até mesmo saborear o frango sem garfo e faca... Lamber os dedos!

Como é bom ter pessoas com quem partilhar o amor. Seja fraterno ou não. Claro que não vamos sair beijando todo mundo por aí... Não somos tão loucos assim. Demonstrar gratidão para com aqueles a quem ama, é muito importante, não só pra eles, mas pra nossa construção da felicidade.

É com saudade que lembro das brincadeiras ‘pêra, uva e maçã’... A inocência compensava toda essa alegria.

Depois que a gente cresce parece que as coisas mais simples da vida desaparecem. Todo aquele sentimento de plenitude e espontaneidade evapora. Os pequenos prazeres de nossas vidas ficam esquecidos diante da magnitude do 'shopping', na correria do entra e sai de lojas de grifes sem mesmo se importar com a conta estourada do cartão de crédito.

Os gestos que poderiam mudar todo o sentido de nossa vida são jogados no lixo sem nem mesmo saber exatamente o porquê.

Num mundo conturbado cada dia fica mais difícil viver. São os mais variados conflitos, estresse, desemprego. Onde há todo tipo de violência e competição. Temos medo de arriscar. Privamo-nos de pequenos pecados porque não sabemos lidar com o arrependimento. Deixamos de curtir pessoas. De beijar na boca, hein, sabe o que é perder isto? De saciar os mais doces desejos? Daí oportunidades são desperdiçadas.

Hoje eu estou aqui, reflexiva, porque tenho deixado minha família, meus amigos de lado. Não faço tempo pra dedicar às coisas que mais gosto: escrever, estudar, ler e amar.

E antes que seja tarde vou fazer o que alguém me disse um dia: ‘mais importante que procurar oportunidades, é criá-las!’. Afinal, a vida é pra ser vivida.