Meu platônico amor
Angélica T. almstadter
Dentro dos teus braços molhados pelo sereno de tantas esperas, deitei meu corpo vadio...e na penumbra da hora em que te desejei...me fizeste tua mulher, como nunca a outra o fizeste...
No silêncio dos nossos olhares trocados...encantados...o calor das juras não confessas se espalharam por toda nossa pele...refletindo o desejo que vive e revolve nossos corpos na solidão das nossas distantes madrugadas...
Não quero lembrar em que fresta entrou esse vazio de ti...que percorre as emoções monosilábicas...e desmaia cansado e confuso sob meus olhares atônitos...
Encontro teus recados estrelados no céu das noites do meu quarto...assisto teus olhares penetrantes telegrafados no teto e nas paredes que me abraçam no aconchego das noites...entrego-te meus beijos e minhas loucuras...uivadas...me lanho e me banho nos pecados que me permitem a pouca censura...
A distância que percorrem meus atos...os pedidos... o fogo insensato que queimam em meus altares marcam minhas linhas mestras...insinua-se pelas minhas curvas intrigantes...e nas muitas variantes que me entrego sem heresias...a minha ousadia escrachada e perturbada...escorre sem medo...
E dentro desses braços molhados pelas chuvas tantas que guardam essas esperas infindas...guardo com especial cuidado o que é único e senão o primeiro...o derradeiro e mais verdadeiro afeto amoroso...
Enquanto ainda colho outonos...espero o inverno da vida...com a janela da minh´alma aberta ... entoando cantigas...bailo pelos salões da minha memória...flutuando...e prometendo ao meu corpo de sonhos e esperanças um amanhecer novo a cada dia...porque nunca a espera se finda...enquanto meus olhos acordarem...terei arrepios passeando no corpo... e neste horizonte distante em que te procuro eternamente....hei de fechar os meus olhos um dia ...pra sempre...