Um breve ensaio acerca da vida

A vida, grande peça teatral é a tão surrada e clichê expressão “uma caixa de surpresa”, boas ou más, chega mesmo a transcender estas definições e adequações de um algo. De um sentido, gosto, definição e outras sortes de limitações e paradigmas.

É outras vezes uma peça de causar riso, tendo o sátiro, o bizarro como maior aliado, muitas vezes apelando para o grotesco. Tingindo de cores brutas as páginas brancas ou policromáticas da vida de qualquer um. O riso que a todos alegra, ainda que de escárnio, de felicidade ou graça de algo. Não deixa de deformar ou contornar as saliências dos ossos da face, dando outras vezes vazão a uma figura que rir macabra. Talvez uma face igual a da morte, encorpada no ícone de uma caveira, feia e mórbida.

Apela ainda a vida para o drama, definindo talvez a crueldade do dito destino. Que muitos acreditam guiar as rédeas da vida dos seres viventes e mortais. Definição esta, que ao meu ver é uma horrorosa prisão para os sentidos. Diante de tanto fatalismo e hipotencia em face da existência prisão dos que pensam e acreditam viver.

A vida é uma mistura de sabores cores, sortes e azares, amores e ódio, guerra e paz, traição e lealdade, servidão e ser servido e por ai vai. E o que seria desta se não fosse os sentidos que teimamos dar pra ela. Uma pitada de ingenuidade, sensualidade, depravação e puritanismo, fé, descrença, amor, guerra, traições, contradições, formosura e o disforme. Assim tentamos e teimamos viver, muitas vezes com as vergonhas de fora, submersos em doces ou amargas ilusões que quase nunca nos damos conta. E com estas insignificantes mais necessárias palavras dou início aos ditos contos corriqueiros, qualquer semelhança com a realidade pode ser mera coincidência. Não passando de ilusões das percepções.