Dois dedos de prosa com Deus

Angélica T. Almstadter

Sabe meu Pai, por tantas vezes que senti a tua presença bem do meu lado,

é que falo e proclamo a teu nome, e o Senhor sabe disso.

Não falo do que não conheço, nem das sensações que não habitam meu peito,

afinal cada vez que me ponho a conversar contigo, sinto que te assentas ao meu lado e me ouves atentamente; como naquele dia que eu estava triste,

e tua mão enxugou minhas lágrimas com o mesmo carinho, que mamãe o faria...

Eu sei, que nesse mundo em que vivemos, é difícil te representar como mereces, e como desejarias que o fizéssemos, eu mesma me pego muitas vezes, falando o que não devia...as vezes perco a paciência, as vezes solto um palavrão..., logo em seguida eu me arrependo...é que conviver com pessoas meu Pai, é muito complicado, principalmente quando não se convive com pessoas que te sentem tão perto como eu. Tá certo, eu sei que faço um montão de coisas erradas, puxa, mas eu tento sempre acertar...a maioria do tempo...

Normalmente eu não maltrato as pessoas, procuro ser boa e atenciosa, gosto e respeito a natureza e suas manifestações, não desejo o mal a ninguém e

sempre que posso falo das tuas boas novas.

É pouco ainda, eu sei, mas divido o que tenho com os menos afortunados que eu, sou participante da santa ceia, e freqüento a tua casa, para ouvir a palavra que alimenta meu espírito; talvez ainda não seja o suficiente, mas sempre fui boa filha, boa esposa e boa mãe, acho que isso conta a meu favor, não é?

Não saio por aí tentando pegar as pessoas no laço para te seguirem, gosto é de demonstrar com gestos que a tua presença na minha vida me faz uma pessoa mais humana e mais próxima do meu próximo.

Mas eu acho meu Pai, que o que realmente me faz ser essa pessoa risonha que sou, mesmo diante da tristeza; o que faz com que as pessoas me olhem com muito carinho; é essa sementinha, que o Senhor plantou no meu coração, e que cresce todos os dias, e que por mais que eu a distribua, ela só se multiplica dentro de mim.

Eu poderia ter riqueza, poderia ter meu nome em painéis luminosos, ou poderia ser de uma beleza exuberante, mas de que me adiantaria tudo isso, se eu fosse vazia?

É por isso, que nunca contesto a tuas obras e as tuas diretrizes, seria contestar o amor que plantastes dentro de mim, seria violar o altar que o Senhor fez para morar nesse humilde templo que a ti dedico todos os dias da minha vida.

Assim meu Pai, como eu te sinto aqui junto a mim e tenho a alegria de poder dizer que o meu coração a ti pertence, sem reservas, e na qualidade de filha mui amada que sou, peço-te; dá-te a conhecer aos que nunca sentiram a tua presença, e aos que precisam sentir de perto a benção do teu amor.

E antes de sair da tua presença, amado Pai, rendo-te graças pelo teu infinito amor e misericórdia para com essa filha que não precisa mais do que

o teu olhar; que é luz a me guiar nessa escuridão.

Amém.

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 13/05/2005
Código do texto: T16808
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