Procura vaga.

08/07/09

I

Abro meu interior, e uma questão permanece perdida no infinito de minha sede insaciável,

E neste astral profundo, está minha alma transformada, buscando uma poesia inigualável,

Que seja linda e pura em sua essência, capítulo ingênuo, proeminência dentro do sujeito,

Versos dentro de uma exclamação, esperando o contato oferecido pelos dedos, murmúrios em um acróstico perfeito,

II

Gorjeios entusiasmados refletindo a força dos anseios, sonetos de deleite ou vaidade,

Perguntas associadas ao exercício da paixão, incorporadas na chama que arde no consumo e veleidade,

Que trate das esperanças e outras tantas causas e seus rumos só por diversão, na procura da alegria,

Tratando do contraste da vida disposto no correr dos anos, esperanças refazendo harmonia,

III

Composições a um apego sem mistérios na liberdade do “amor” total, na materialização da paciência,

Que espante a tristeza, na ascendência da flor botão, no encontro de carinho e inocência,

Em transformações distintas, entre idas e vindas, na força da causa encantada,

Em clima da compaixão existente, no jardim florido, ou no deserto íngreme onde não nasce mais nada,

IV

Um estro que balance, (sem encostar), as gotas puras do orvalho, outra embalagem de um presente,

Entre falhas e incidências, na impressão de uma fantasia passageira, onde o temor estiver ausente,

Construindo sonhos e quimeras, assumindo sem receio todas as formas de loucura,

Afastando as nuvens dos medos, todas as sombras inóspitas que margeiam a tortura,

V

Enfim, eu gostaria de compor uma edição em forma de poesia que me deixasse inteiramente aberto,

Água límpida do arroio, chuva cristalina matando a sede do retirante no deserto,

Que trouxesse a maior ascendência possível afastando qualquer possibilidade de pranto,

Que representasse o sol, a lua, o céu aberto, a via láctea, tão completo que, até a mim causasse espanto!

Amaro Larroza.

Amaro Larroza
Enviado por Amaro Larroza em 09/07/2009
Código do texto: T1689791
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