Experimentos múltiplos.

11/07/09

I

Prossigo fitando, (aproveitando-me de outros olhos pulcros), as vias de mistérios intermináveis, amando os outros seres por completo,

Deslizando meus dedos por essa página circunflexa, estrada curva que passo, novas surpresas compostas neste afeto,

Submirjo em um abraço forte, enigmáticos momentos de carinho, de entusiasmo meu coração está repleto,

Experimento os contorces no segmento de linhas, provocando encantos de vida em cada apelo direto,

II

Desperto remotas fantasias, mãos nas penas em longos passeios, beija-flor no jardim adulando as flores,

Anatomia desnuda das letras sem segredos, olhos coruscantes no quadro de célebre pintor conflagrando amores,

Pouco importa a resistência dos espinhos, diante a palavra ardente em gestos delicados, vulcão em anseio profundo,

Estouro da verbalização plena, dedicação abrasadora em gestos delicados, pintura matizada com o sol no fundo,

III

Abraço afetivo entregue nesta ternura luxuosa, mergulhado na união do pensamento agitado,

Juízo em psicose complexa, o bel-prazer de adágios ofuscantes transportados ao passado,

Energias se renovam nos eixos cegos da paixão, se provam nessa inigualável e doce sensação ofuscada,

Néctar fluido do amor impaciente, constante delírio na poesia, hilariedade que tantas vezes será renovada,

IV

Procuro meu “eu” neste contexto, na bruma da manhã, nesse prazer que causa espanto,

Alento distante de um homem que abre seu disfarce no legado sem jeito, no delírio que não é santo,

Composições lançadas ao rio revolto em direção ao mar, difundidas numa música com cultura dos sentidos,

Comporto-me como um novato vasculhando um paraíso que manda em meus instintos comprometidos,

V

Loucuras passam em meu pensamento quando reflito antes de acender uma nova chama que precederá a primavera,

Dedos embriagados de desejos buscam as portas do prazer escancarando a aurora de uma nova era,

Olhos cheios de estrelas adsorvidos sobre a relva, mitigando a sede num céu azul, breves mensagens nascidas,

Sôfregos pela água santificada que lhes brota no envolvimento em um abraço, na soma de todas estas letras reunidas,

VI

Deslizo a imagem do pensamento, a voz, palavras e cheiro, meu desejo de dançar com imagens siderais,

Nos sonhos, em espaços intermináveis, ardores irrefreáveis, infinda dilatação do enlace em seus ais,

Conservar-me-ei com minha vibração irrigada nesse deleite de vocábulos e o destino da restauração,

Com a pressa dos pensamentos centrados, envolvido com os versos, enquanto os fulgores do dia já se vão!

Amaro Larroza.

Amaro Larroza
Enviado por Amaro Larroza em 11/07/2009
Código do texto: T1694663
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