Distante estação.

18/07/09

I

Já há muito que perdi a noção das horas, submergi sem a mínima noção do tempo,

Rompi com as agruras do mundo, tornei mais objetivas as “pelejas” que contemplo,

Há horas que abafei os medos, e nenhum deles me impediu de ver os meus anseios,

Venci os temores da morte somando tudo que acredito por inteiro, deixando de lado os meios,

II

Subjuguei as exultações descontentes, desconsiderei a ferida que dói,

O frenesi e luxúria envoltos em mágoas, a aflição que desatina e corrói,

Transpus o olhar solitário que preso a minha vontade insistia em se perder,

O sentimento dominado na consciência do perigo imediato, inexplicável compaixão do querer,

III

Aceitei buscar olhares no horizonte vazio do infinito, e transportar para a alma outros pensamentos,

Contrariar algumas outras vontades de arquivar esta centena de lamentos,

Enfadar os desígnios que estavam definidos na palma de minha mão,

Momentos escondidos que falavam das carências, dos gritos irrompidos na multidão,

IV

Mas às vezes revivo este meu clamor, minha ansiedade, o silêncio que me consola,

Contradizendo o meu destino, imagens que vêm à mente, o inútil conselho diante uma demora,

E no parafrasear o poeta que afirma que ‘a alma é que importa’, brotei com as novas ledices que estive escrevendo,

E neste ínterim de rascunhar a mim mesmo, nestas tantas linhas vou sobrevivendo,

V

Julgando, (outra vez), a ternura mais profunda do coração flamejante,

Sonhos debelados, transmudados a esmo, subtraídos da esperança relutante,

Regresso sem alterar os rumos nesta historia que controla lamentos e dor,

Vou voltar aquele tempo que eu tinha o controle da biografia, e do anseio chamado de ‘amor’!

Amaro Larroza.

Amaro Larroza
Enviado por Amaro Larroza em 18/07/2009
Código do texto: T1706822
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