Zen, meu bem

De onde vem? Para onde vai?

Por que tentar descobrir a estrada se já sabemos onde é o paraíso?

Fui pelas lacunas o máximo que a velocidade permitiu.

E, pensando bem, a sede era tanta que sequei o meu próprio lago.

Não desejo além do infinito.

Uma alma se transforma quando as palavras acertam o tom.

Nem tão doce, nem tão amargo. Audível já é um bom tom.

E assim me fiz. Dos sons perceptíveis, da melodia, dos gestos.

No grande teatro há rumores. Meus? Seus?

Lá, nos bastidores, onde ousamos sonhar, os sons eram musicais?

Ou, por acaso, nossos sonhos representam um simbolismo primitivo?

Temos perguntas e perguntas.

Por enquanto, as respostas não foram ditas.

Porque o novo é um assombro. (??)

Quem sou eu? O que uma foto diria mais que as minhas palavras?

Caímos novamente nas perguntas...

E você, possui certezas?

Não tenho tantas certezas porque a rotação desloca o ar e as pessoas mudam.

Sair do ar, por fração de segundo, não me torna melhor. Nem a você.

Somos náufragos neste oceano de palavras.

Poderia lhe emprestar a minha bóia o que de nada adiantaria porque a famigerada “terra à vista” perdeu-se nas brumas.

O certo é que o incerto impera.

Sou de Vênus. Posso ser vista de dia e de noite.

Você é de Mercúrio. É veloz. Sei que passou, mas não alcanço seus rastos.

E isso não faz diferença alguma. Porque você me sabe e eu te sei.

Deveria bastar.

Ah! Cansei de entrar em ebulição.

Fico zen. Fica também?