Fantasma

Fantasma

Na escuridão diante do espelho da sala vejo a imagem refletida, inteira caminhando para mim; sinto um leve arrepio que vem desmentir todas as teorias de que fantasmas não existem; recupero a coragem e reconheço que nossos discursos têm muito de ficção, pois, uma imagem no espelho transforma-se em fantasma, como os fantasmas que ocupam os castelos ingleses tornando-se atrativos turísticos; aluguem um castelo por uma noite e vivam a forte emoção de conviver com os fantasmas dos séculos passados, conservados sem formol, odores ou esgares, como nos filmes de Hollywood! Na escuridão diante do espelho da sala vejo-me ante a fraqueza do ser humano que teme o desconhecido, retornando à infância longínqua e repleta da poeira dos mortos. Hoje entendo quando escrevi um texto dizendo: Sou o fantasma que povoa o teu tédio!