Turnê agendada.

04-08-09

Naquela ocasião, eram os dedos que percorriam os entremeios das madeixas,

E os murmúrios, na quebra do silêncio, não traziam queixas,

Um momento de pesquisa na investigação de infinitos caminhos,

Sussurros constantes na aproximação de tantos carinhos,

Não há definição exata para um sentimento desta grandeza,

Nem tampouco como estabelecer equivalências nesta sutileza,

Tampouco como deliberar esta aspiração numa folha de papel,

É uma força muito maior, como a necessidade da abelha em fazer o mel,

Houve horas anteriores a esta, anais onde os olhares se entrecruzaram,

Onde no fitar retinas duas almas perdidas se reencontraram,

E o mundo continuava dando voltas em torno de um mesmo anseio,

Propiciando a reincidência de uma biografia que o tempo partiu ao meio,

E os dedos, seguindo os caminhos sem esquadrinhar espaço algum,

Delineiam os lugares transitando por um lugar comum,

E a fábula ecoa, repercutindo-se em cada traço da vida,

Há o encontro da fantasia dentro da narrativa perdida,

Os dedos, (indiferentes aos prenúncios julgados), seguem buscando espaços,

Identificando cada um dos paralelos ocultos em cada um destes traços,

E não poderia ser diferente, a freqüência do corpo assume outro compasso,

Navegam por ondas sem fim, ‘empresilhados’ na rendilha do mesmo laço,

As palavras, (doces e amenas), misturaram-se com outras tantas quase sem nexo,

No instante perene em que o amor aquece a alma e transcende o enlaçar como sexo,

A “julgar simplesmente”, a atitude poderia ser considerada um ato desconexo,

Mas ninguém, em sã consciência, avaliaria assim se conhecesse a força neste amplexo,

Dos olhos, em sua intensidade e nitidez, se ‘ouve’ o segredar em sua magia,

Da boca, emudecida por um beijo, absorve-se as vontades do corpo em euforia,

E os dedos encontram os dedos em outras mãos, e nesta hora se perpetuam,

Uma troca de energia que nas hastes do tempo multiplicam-se e perduram,

Nova perpetuação neste instante de busca, nesta investigação interminável,

Extensão de sons no isolamento de afabilidade imutável,

Nesta hora, os dedos que cursavam os medianos das melenas,

Saem no rompimento deste sossego sem lamentação ou outras penas,

Neste momento de soberania, conflagrasse o reconhecimento a todas as conquistas,

De alto a baixo de um mesmo corpo, todos os rumos e todas as pistas,

Sublimação em apresentação pessoal sem saber a causa, conhecendo o efeito,

Desígnio incorporado a finalidade do acaso com o máximo do respeito,

Os caminhos são tantos nesta proporção, na troca de carinho castiço,

Que os indivíduos se perdem nesta busca, no deslindar este feitiço,

E os seres se arriscam a tudo, desvendando temores, vencendo medos,

E no final se reencontram de forma natural na carícia da ponta dos dedos!

Amaro Larroza

Amaro Larroza
Enviado por Amaro Larroza em 05/08/2009
Código do texto: T1738297
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