Dês_acordado.
07/08/09
I
Pensei que era um sonho, e não queira mais despertar deste devaneio onde eu intensamente vivia,
A felicidade me acompanhando, o amor que brotava deste tempo definido em fantasia,
O coração tranqüilo e alforriado, conexo na utopia de meu encontro pessoal,
Adejando a um solar de aspirações, na ficção de uma fábula singular e real,
II
Uma passagem imaculada, libertária da dor alheia, um universo refreado,
Uma noite qualquer com conversa diferente em poema dedilhado,
Uma esplanada aberta, passagem escancarada confronte a um mundo de estrelas,
Simetria abrasadora nas sensíveis incidências de carinhos e afetos sem que pudesse entendê-las,
III
Transformações distantes entre mil desejos e promessas, lutas isoladas de uma evolução,
Esquadrinhando a verdade em dourados caminhos, extravasando a ternura nesta lapidação,
E o destino, no céu do sentimento, viajava rumo ao esmero exercendo a doma sobre muitas feras,
Bálsamo formoso no ástreo poético, a encarnação de várias e múltiplas esferas,
IV
Mas este sonho se torna contraste no decorrer dos segundos, no decifrar a própria alma,
É onde claramente se pode enxergar, (com cuidado), marchando pela própria calma,
No lugar há o encontro íntimo de tudo o quanto se passa entre o veloz e o lento,
A essência da viagem, célere e fugidia, para matar as saudades no pensamento
V
Mas é chegada o momento de acordar, acolher os devaneios lembrando a despedida numa dor sem lei,
Sentindo a brisa que em outra hora passará, nas sombras das glórias que sonhei,
É hora de acordar de vez e desatarraxar o ferrolho do tempo nos contornos da alegria,
É a vez de despertar da quimera, e entregar-me aos encantos de um novo, radiante e belo dia!
Amaro Larroza.