Sem coação.
10/08/09
I
Me sossego ao exibir meus intervalos, enraizados no compartilhamento de minhas emoções,
Aberto a críticas, solto na brisa de minhas abordagens e refletido nas alças de novas manifestações,
A inspiração é o alento, chama astuciosa germinada no “Caminho das Almas”, conjecturadas no pensamento,
E eu, trovador, sou a peça manipulada pela mão divina, para juntar as palavras e o sentimento,
II
Descrições aprumadas, por vezes requintadas, discorrendo sobre o aprendizado da vida,
Outras com pingos de alegria, soluções de afeto nas folhas de inverno, a razão como saída,
Lições a um porto seguro, piadas das ousadias e tormentos, ou as maravilhas que insistem em se perder,
Toantes em cada adolescente inovação, abusando do significado de saudade escrevendo por puro prazer,
III
Não escrevo por coação, nem mesmo por estar eternamente apaixonado, por um olhar, um toque, um sorriso,
Pelas atrações de amores reconquistados, deslumbrantes, entusiasmados na força de um improviso,
Saliento o perdão e não a amargura do passado, os novos caminhos e desafios fortalecendo as recordações,
Peregrino, sem rumo certo, na ânsia louca de ouvir o pensamento alheio nas notas de outras canções,
IV
Não historio sem vontade, sem apresentar uma concordância, não faço absolutamente nada por obrigação,
Minuto para sentir meu clamor e a alma alforriados, silenciosa e lenta é esta transformação,
Densas raízes firmando qualquer graça, abafando mágoas, secando com termos alvos os prantos,
Escrevo para enaltecer a vida, encaminhar as paixões, e disseminar em todas as estâncias todo tipo de encantos,
V
E nestas narrativas às vezes até uso algumas consonâncias, sentindo meu coração lento, descompassado,
Experimentando coisas bizarras, caminhando ao encontro de outras letras num compasso desenfreado,
Não faço ‘nada’ sem uma dose de empenho pessoal, por deleite conto meus causos sem a anuência de lamentos,
Exponho, na constante das linhas, o resumo de tantas histórias dispostas no meu jardim de sentimentos!
Amaro Larroza.