Não queria que anoitecesse...

Não queria que anoitecesse...me dá calafrios essa

escuridão...nem os candeeiros acesos e todas as lamparinas podem me reconfortar...estou me sentindo gelada...a alma desconcentrada...ai que esse fio de luz não me deixa esquecer que já escureceu...

Onde será que guardei os meus papéis...meu tinteiro e a velha pena de ganso...vou fugir pras minhas escritas...não quero ver a lua sorrindo no céu...não hoje...quando estou a sufocar....

quero luz ...quero com o pouco ar que me resta...

fazer serestas ...nas minhas poesias uma festa...

Sei que ainda é cedo...mas tenho sede de me apaixonar nesses papéis em branco...e escrever até amanhecer...enquanto a noite uiva lá fora...eu faço declarações de amor...tantas e tantas que sou capaz de nem ver a noite passar...

Boto a chaleira no fogo...preciso de um estimulante...terei café como companhia ...fumegando como gosto...

aposto que nem sequer me lembro que estou só...

meu pensamente tem mil imagens bailando...restos de nossas conversas...

e um montão de saudades...que abraçam meu corpo gelado...

será pra ti que poetarei essa noite...o que deixou de ser novidade ...faz tempo...pois só tu abraça meus pensamentos...

Quando a noite se for...me tira dos transe...quero ver o sol nascer...soprar beijos nas primeiras brisas...para te dizer do meu amor alucinado...

que te segredo todos os dias...

Diga para o sol não mais anoitecer...

enquanto eu não puder respirar...

tenho medo de não mais acordar...

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 18/05/2005
Código do texto: T17641
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