Com responsabilidade...

04/10/09

Nem sei se pelo olhar, pelos contos a sonhar, ou simplesmente um conjunto de sensações,

Não sei se pelas fábulas anunciadas, pelas palavras pronunciadas, ou a soma de emoções,

Não sei se partiu do que foi dito, enunciado e escrito, ou um pacto a muito refreado,

Nem sei se os brotos são os culpados, pelos sentimentos não debelados, e os anseios dominados,

Não sei se tudo começou em um suspiro, nem se há analogia nas coisas que refiro, na vontade mencionada,

Se o segmento de tudo começa no nada, se a vontade estava estampada, ou se já havia sido citada,

Não sei onde tudo começa, só que de repente passa a ter pressa, deixar os meios, chegar ao fim,

Tudo parece uma charada, não se têm noção de mais nada, somente a entonação dada por mim,

O ritmo altera com a mudança do compasso, outra vitrine exposta no mesmo espaço, outra faceta do desejo,

Não sei se era o rosto na face, mas havia um só enlace, no exato espaço entre os lábios e um beijo,

Já se ouvia o badalo dos sinos, estrondosos embora pequeninos, fazendo seu particular alvoroço,

O sibilo vinha de dentro do peito, atitudes sem forma e sem jeito, carícias na base do pescoço,

Já de longe se podia pressentir o frenesi, atos divinos vividos ali, um tanto de paixão, outro de anseio,

E os corpos acoplados no mesmo laço, mãos firmes no mesmo abraço, soma de um aconchego dividido pelo meio,

A razão a muito já não existia, conectados na mesma euforia, deixando de lado qualquer questionamento,

O som mudara assim de repente, atingindo um compasso estridente, firmando o apoio do relacionamento,

As expressões se misturavam entre afoitas e amenas, carinhosas e serenas, identificando a mesma conclusão,

Os agrados estrategicamente permutados, corpos compostos e suados, ajuste audacioso da relação,

Os dedos viraram instrumento, fingiam arrependimento, mas escaparam sorrateiramente ao domínio,

Transformados buscaram novos caminhos, outras formas de carinhos, sem reservas ou raciocínio,

O momento já tão distinto, buscava um outro agrado faminto, a saciar outras tantas vontades,

Vestes não existiam naquele ambiente, sensação agora transcendente, de ser “um” em duas metades,

Atrelar duas transposições, fortalecer o desejo nestas manifestações, um coito formalizado

As carícias sem condições de serem somadas, impressas nas faces rosadas, um avanço assim imortalizado,

As mãos não encontraram novos acessos, senão os mesmos já antes pregressos, e uniram-se em comunhão,

Pelo enredo já teria valido, e em cada lance não teria esquecido, cada episódio deste encontro de paixão,

Mas não era este o término do conto, em cada estrofe poderia haver um novo ponto, antes de chegar ao clímax final,

Antes de trocar os líquidos ferventes, antes de novos correspondentes, ao mesmo tempo do grito fatal,

Chega o tempo da cópula e sua sustentação, de fluir o brado desta inclusão, trocar seivas de existência,

É o momento da partilha entre dois, o regozijo do que virá depois, agradecimentos calados por esta experiência,

Há um período de interrupção, corpos e vestes no chão, a brevidade para uma nova compostura,

O grito prazeroso já havia calado, outra façanha haviam conquistado, perpetuar o amor no afeto que eternamente dura,

Ainda não sei onde tudo começa, se pelos toques ou promessas, ou na simples advertência do olfato,

Não sei medir volume ou dimensão, se é só ternura ou o combinado da ‘excitação’, mas sei que houve o contato,

Os olhos são os delatores desta cobiça, aliados ao perfume que enfeitiça, entregam a outros seres esta história encantada,

Nada se perde no que foi narrado, emitido e documentado, pois é um relato de uma passagem, e, mais nada!

As entrelinhas ficam para tua opinião;..””mais nada””....Será que não?

Amaro Larroza.

Amaro Larroza
Enviado por Amaro Larroza em 05/10/2009
Código do texto: T1848848
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