A CONCIÊNCIA TEM COR?

Vinte de novembro é o dia apresentado e embrulhado em papel “alvejado” como sendo o dia da “consciência” negra, ou será o dia da confirmação de uma escrachada, inexpugnável, e um mal resolvido preconceito? Onde sublimam um tosco vilipendio ao povo negro por uma manifestação surrada, por uma desavergonhada hipocrisia, dedicando-lhes um dia, apenas um dia...

Aí se olharmos como mais atenção, com um pouco mais de cuidado, o papel “alvejado” vai estar sujo, rasgado, empoeirado, cuspido, pelo arraigado conceito errado, que as virgens santas-completas vestais, mantendo-se em seus pretensos pedestais, divertem-se, ao ver o povo negro ir as ruas cantar e dançar em seu dia.

Todos os dias são nossos dias, isso sim é que temos que ter consciência, e, sair dessas cercas mentais, desses burros conceitos fundamentados no vazio de idéias da idade media, é de quebrar esses bairrismos, essas apertadas e nada inteligentes limitações. O dia da consciência negra subjetiva um profundo preconceito, disfarçado entre folclore e fanfarras, é um absoluto descaso ao “simples povo” como alguns sociólogos os define e um extremo contra-senso, quando em nosso país cidades como Salvador tem a sua população constituída por 85% de negros – orgulhosamente por negros.então todos os dias são deles também, assim como são nossos.

Por ventura existe o dia na consciência branca? Ou será que consciência tem cor? A tríade de letrados, quem sabe viu essa cor! Então fundamentou, em seus tratados, estudos científicos, formularam, conceituou, rotulou, estabeleceu, assim os negros sentem-se melhores, menos negros tendo o seu próprio dia, concluíram em sua extremada sabedoria.

Talvez a humanidade perdida em seus confusos princípios, afogada na confusão de sua moralidade e envolta numa explicita convulsão social de toscas respeitabilidades de valores, tenha esquecido de que existe sim a consciência da existência humana, e, isso não ta na cor da pele, mas sim na simplicidade e beleza da alma...