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                                      A CONSCIÊNCIA TEM COR!?


 
            Por decreto, hoje é dia da Consciência Negra. Dia de manifestar nossa indignação pelas injustiças praticadas, ao longo dos séculos, contra os nossos irmãos “de cor”. Dia de mostrar que não somos racistas, que o Brasil não tem preconceito. Que vivemos democraticamente com nossa diversidade. Que, no Brasil, as várias etnias convivem em paz.

            Passadas as manifestações de reconhecimento, de aceitação de que todos somos irmãos e iguais o que fica? Fica a sensação de vazio. O eco de um grito de igualdade que ainda não aconteceu. Os gritos de liberdade se misturam aos sons de um passado de luta, escravidão, tortura e todas as formas de violência contra a dignidade humana. O batuque dos tambores parece fazer sintonia com o grito preso na garganta, o choro sufocado pela dor das chibatadas desferidas contra sua cor, no preconceito velado, nos olhares desconfiados, no ter que ser “melhor, muito melhor” para ser tratado com “simpatia”, como um favor. 

            A escravidão moderna não está nas senzalas, os troncos não estão fixos nas casas de engenho, os opressores não ostentam a riqueza de seus cafezais ou engenhos, ela é mais sutil e muito mais ampla. Ela se apresenta no ensino de má qualidade, na falta de emprego, moradia e saúde. No preconceito disfarçado, no ter que lutar – em condições desfavoráveis, por uma vaga de emprego, na universidade, em todos os lugares. 

            O fim oficial da escravidão trouxe, claro, alguns avanços, mas atitudes, mudanças de hábitos não são alterados por lei. Posso não escravizar com correntes, não punir com chibatadas, mas ações mesquinhas, desrespeito e omissão também são formas de negação, de escravidão e isso só muda com crescimento, entendimento de que o homem é mais, muito mais que sua cor. Que o ser humano é mais que seus bens. Que respeitar é mais que não maltratar.

            Eu ainda sonho que um dia aboliremos o dia da Consciência Negra, não para negarmos a identidade desse povo, mas porque perceberemos que a consciência é plural, diversa e somos todos humanos e dignos de respeito. Esse será o fim dos dias de... Não precisaremos mais tentar nos redimir diante de ninguém. Nossas ações – justas, solidárias, dignas e sem preconceitos –, tornarão os trezentos e sessenta e cinco dias de nosso calendário dias de fraternidade, justiça, solidariedade e igualdade. 

          Nesse dia o artigo I da Declaração Universal dos Direitos Humanos, será, enfim, RESPEITADO, tornando desnecessária a criação de leis que procurem assegurar o que só acontece quando reconhecemos, dentro de nós, estes direitos. 

            
            
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HUMANA... Antes de qualquer outra coisa!
 
Que importa se meus antepassados
são negros, brancos, mulatos ou crioulos,
se minha pele é branca, clara ou escura?
 
O passado que define minhas origens
não pode determinar meu futuro,
muito menos ser meu calabouço no presente...
               
Sou uma construção social,
erguida nas colunas de minhas escolhas,
a partir das oportunidades dadas ou criadas...
 
Antes de ser classificada por sexo, cor,
raça, religião, ideologia ou condição social
preciso ser respeitada por ser humana...
 
Não me respeitem, apenas, pelo que aprendi,
ou pelo que conquistei,
preciso ser respeitada porque nasci...
 
Isso me torna igual a você –           
HUMANA – portanto, com direito
de crescer, viver e morrer... Dignamente!!!!
    
 
 
Ângela M Rodrigues O P Gurgel
Enviado por Ângela M Rodrigues O P Gurgel em 20/11/2009
Reeditado em 20/11/2018
Código do texto: T1935020
Classificação de conteúdo: seguro
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