Insinuação.

18/11/09

Tem aqueles dias em que dá vontade de tirar a capa e se molhar,

Alucinado, não pisar no freio e ver onde o veículo vai parar,

Abrir a porta e permitir que o ser de bem, (se quiser), possa entrar,

Há dias em que até mesmo no espelho se perde o reflexo,

Que a atitude predileta dos indivíduos, se resume a um vazio complexo,

E se busca desesperadamente a salvação na ternura de um amplexo,

Há estes dias em que não deveríamos revelar nenhum tipo de manifestação,

Abrir caminhos a todos os sim, abolir sem medo a palavra “não”,

Deixar de lado o que está previamente estipulado e dar asas a imaginação,

São estes dias que parece não ter uma hora exata para o seu começo,

Que os mensageiros não conseguem entregar a relação no endereço,

E que os “carimbadores malucos” do mercado não param de trocar o preço,

Dias que, (por seu caótico arranjo), não chegam nunca ao seu fim,

Que até mesmo as pessoas por quem tenho mais apreço se afastam de mim,

Em que as nuvens, com seu peso d’água, despetalam as flores de meu jardim,

Mas, é exatamente neste tempo que afiro a minha crença, minha fé,

Que dou testemunho da vida, e de quão espetacular e bela ela é,

Que ajeito um verso com carinho e vou musicá-lo num ‘chamamé’,

E é num dia destes, (sem ocasião estipulada), e que sugestiona não ter ligação com o futuro,

Que busco as bênçãos que se escondem nas linhas sutis de um lugar escuro,

Esquadrinho teu carinho e graça, pois em cada um destes dias, tu és o meu porto mais seguro!

Amaro Larroza.

Amaro Larroza
Enviado por Amaro Larroza em 20/11/2009
Código do texto: T1935052
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