Êmulo ignóbil.
Eu tinha um saco de versos que, de tantos, ficou cheio,
Veio um ‘rato’ e sem dó, roeu e o deixou pelo meio,
Ah que animalzinho maleva, levou embora minhas anotações,
Recolheu, comeu, pôs fim ao enredo de minhas emoções,
Atreveu-se a por fim em muita coisa que eu queria,
Mas ao mesmo tempo, abreviou-me de um “Q” de nostalgia,
Bichano irracional; ou será que não faz por gosto esta treta,
Teria ele sido mandado, (por ciúmes), a serviço do capeta?
Quis saber do bichinho o porquê de tanta maldade,
O danado sorriu e respondeu na sua simplicidade:
-Não, não o fiz por malícia nem magoar-te era a minha intenção,
Foi realmente um tanto de ciúmes de toda a tua emoção,
Sentimento que guardas em segredo dentro do peito sufocado,
Ou quiçá, dos sonhos que trouxestes de arrasto de teu passado,
Ou ainda pela proposta de amar neste pensamento de aprendiz,
Ou pela lágrima deitada ao descobrir que ainda podes ser feliz,
Mas, por outra, como podes julgar-me se não sabes meu nome nem idade?
Te digo: -tenho as fases do tempo que corre sem medo pela eternidade,
E a minha denominação vem em complemento a esta cumplicidade,
É um dos motivos porque escreves, pois, meu nome é... Saudade!
Amaro Larroza,