A Prometida
Toca meu corpo de leve, como uma brisa que passeia sem compromisso...
agita meus cabelos e percorra sem pressa as linhas expostas da minha nudez, supostamente gentil...
Sinta a manhã diáfana brotando em meus seios, quase sem promessas... unicamente porque se sabe viajante na memória dos teus pensamentos...
Quando o sol abrir um sorriso na nesga da tarde que abriga meus olhares...vestirei como uma luva teus poros salgados e molhados na insensatez...
Não me acuse da loucura que em mim não conhece...posto que ela se move em círculos crescentes, que só minha mente aceita...
Meus pés embora ligeiros, não me levam onde habita meu corpo inteiro... minh´alma ainda que livre, não conhece os mistérios das fusões excêntricas
que violam as leis do universo...assim não penetra nas esferas das essências proibidas...
Sob a escuridão do manto que desce na noite de nós dois, sussurram carinhos, que só conhecemos pelo vale das sombras que atam e desatam nossos destinos ligados longe da alcova...
Passeia no ventre sagrado pela maternidade, no seio desnudo pela paixão o desejo conspurcado pela visão tola...se me tocas como brisa gelada, tão só me arrepias o calor das brasas caladas...
Não me acharás na tarde vestida...sou canto livre em terra prometida...sou prisioneira da carne ...abandono do vento...aroma do pensamento...
Géia me protege o ventre que arde...Zéfiro me transporta nas suas leves asas ...
Afrodite me ampara nos seios....mas é em Prometeu que a vida me rasga...
Não receio o tempo da razão...não entendo a vida sem fantasia...vivo enquanto me guiar pela emoção...e morro onde o amor em mim esfria...