Ocupação.

Saio pelas ruas nas noites escuras com um malicioso breu,

Sigo os rumos de um sonho bonito que agora também é meu,

Levo a “mala de garupa” para juntar os traços deixados pelo chão,

Indicativos que apontam sempre na mesma direção,

Ponho as mãos nos bolsos, sigo balançando a cabeça,

Aligeiro-me em juntar todos os rabiscos antes que o dia amanheça,

Repasso a mesma linha várias vezes para que nenhum modelo eu esqueça,

E nesta direção vou seguindo, pouco importa o que aconteça,

Ouço ao longe o cantar marcante da cotovia,

Uma serenata de afeto que há tempos eu não ouvia,

Pensei que era por sua raridade, mas eu que a noite não saía,

Mas, se eu não tinha motivos, porque o faria?

Contudo hoje, retorno ao encaminhamento da minha história,

Cato os mesmos conceitos em outra trajetória,

Vislumbro as conquistas deixadas no passado recente,

As resgato, e busco novas na combinação do presente,

Saio vagando sem ausentar-me do lugar, sem ir a lugar nenhum,

Mas não estou perdido, estou me encontrando neste ambiente de dois sendo um,

Volto ao meu pequeno espaço que, de tanto carinho, está cheio,

E reencontro minha biografia neste tempo que ainda não veio,

Parece evidente que esta é uma narrativa de um ser apaixonado,

Que absorve os prazeres da vida em cada momento encantado,

Que restaura conceitos numa grandiosa expectativa de alegria,

E se sente abençoado na antemanhã de cada novo dia!

Amaro Larroza.

Amaro Larroza
Enviado por Amaro Larroza em 10/12/2009
Código do texto: T1970411
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