Ousadia.

Despedi-me dos múltiplos cenários em meu guri intemporal,

Mesmo sabendo que não sou o dono de meu destino,

Mesmo tendo a ciência que minha história tem outra igual,

Que vibram em outros espíritos estas mesmas fantasias de menino,

A chuva diluída dos sentidos flui em rios, se dividem em duas,

Uma, é a enxurrada de sonhos no registro de esperança,

A outra, o dilúvio colhido dos brotos em paisagens nuas,

Na gradação de uma procura que pelo tempo sempre avança,

Cenas do mesmo espetáculo apresentado em arenas diferentes,

Decompostas ao acaso por mãos invisíveis e solidárias,

Uma, (entre mil), das composições mágicas e transparentes,

Guias em retinidas apresentadas em estradas secundárias,

Exonerei-me por quanto o tempo ainda entende meu recado,

Interpreta minhas atitudes e todas minhas emoções,

Filtra todos meus saimentos livrando-os do pecado,

Deixando aberto o campo da nostalgia a novas manifestações,

O tempo é o termômetro desta busca neste infinito,

É o guardião incondicional de tudo o que acontece,

É a porta que abre e fecha dando mostras do que é bonito,

A lembrança insistente enaltecida no silêncio de uma prece,

Mas este ‘tempo maleva’ também é capaz de outras proezas,

De outros feitos que mudem rapidamente o rumo da história,

E que trazem em cada novo minuto uma nova certeza,

Que este “homem moleque” ainda terá seu momento de glória!

Amaro Larroza.

Amaro Larroza
Enviado por Amaro Larroza em 19/12/2009
Código do texto: T1986042
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.