Sem ou sob domínio.

I

Embora não saiba, tenho prazer em compor versos, e dobro o desejo no não saber contornando a solidão dos caminhos,

Apresento contos pulcros para descrever a minha serenata, cito o fadário dos que vivem sozinhos,

Sigo a trilha trocada, (vindo de longe), abreviando distâncias, encurtando extensões pra encontrar o meu destino,

Originando “avessos” risonhos que a união faz cantar, minhas letras falam de apego, com a pureza de menino,

II

Na concha das mãos abertas estão os rastros de sonhos deixados, todos que eu pude salvar,

Entro nos devaneios submersos, no acaso solidário, antevejo um mundo reto pelos que ainda ousam sonhar,

Percorro terras alheias apontando meios de sobrevivência, consulto minha alma e ela me diz para regressar,

Não exijo recompensas, (o tempo jamais me oferecerá), mas, onde fui fiz história e me disseram para voltar,

III

Eu apresento princípios no rastro de meus conceitos, promessas e atitudes, difundidas no brilho dos olhos meus,

Pois apesar dos pesares, há experimentos que fazem jus a uma vitória neste mundão de Deus,

Apresento contos pulcros para descrever a minha serenata, cito o destino dos que vivem desamparados,

Sigo o carreiro modificado, (nos raios de além), precipitando chamadas, balizando desenvolvimentos para relocalizar caminhos abandonados,

IV

Agarro-me na postura das lembranças, enquanto à tarde se extingue nas colinas, no contraponto da alma que se acende nos segredos,

Abro os braços de linhas sinuosas sobre as intensas alvoradas, esquadrinhando os conceitos do horizonte sem medos,

No rastro de inúmeras direções a acompanhar, fanais errantes nestas horas com conhecimentos a seguir,

Um sorriso claro defumando ausências, mil sonhos antigos e uma saudade para sentir,

V

Versejo selvagem, meu canto coragem, nos encontros das almas e seus deleites,

Lembranças que correm com as águas, nos mistérios que a vida oferece nos seus muitíssimos enfeites,

Pressinto os ventos que sopraram em outros tempos, todos as descrições que simbolizam a verdade,

Atravesso estes horizontes nas mesmas fendas que andarão outros seres na busca da mesma liberdade,

VI

Apresento este gozo em arranjar palavras, ainda que sem conhecimento, a geminação em bel-prazer,

Ofereço narrativas iluminadas por outros para os meus vocábulos e hinos descrever,

Revelo-me em contrapartida em outras veredas, alongando campos, contemporizando a ampliação do meu destino,

Determinando alegremente a aderência das mesmas letras a manifestação singela composta com a inocência de menino!

Amaro Larroza.

Amaro Larroza
Enviado por Amaro Larroza em 26/12/2009
Código do texto: T1997171
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