Pela liberdade da alma

Não vim explicar nada...

se tudo à minha volta é diferente

do que eu imaginava...

se cá entre palavras indecorosas

a prosa não escorre confortável.

Explicar o quê e pra quê se um visgo

desconfortável açoita o meu dia a dia...

me cospe e me amarra...

Onde colo meus passos...

rasgo as palavras ...

silencio.

Escorrem por essas paredes

o ódio que fere...

uma navalha sempre afiada

espetada

na minha garganta tenta

conter o sopro de vida

que expira leve e lento....

quase calado.

A canga que pesa sobre os ombros...

verga o corpo...

os espinhos brotam

no chão...

no leito...

no prato .

Em solo árido desse deserto...

só sobram risos pálidos...

abraços travados...

desejos confiscados...

um braço duro da censura...

o delírio sem cura.

Dois mundos me têm...

o físico sem alívio...

das algemas do corpo...

que se mantém vivo pela liberdade

da alma que foge para beber

a vida no universo...

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 27/05/2005
Código do texto: T20071
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