Despoesia – Ou repoetizar

Qual o significado das palavras?

Ou, são as palavras o próprio significado?

Quem inventou as palavras sabia o que estava dizendo?

São as palavras meros signos a nos fomentarem auto-condicionamentos implantando-nos ilusões creditáveis como esperanças não tão remotas de incontestes significantes?

Como a matemática, necessita a palavra de conexões ordenadas como que somadas um mais um igual a dois? Sendo assim, tal como em uma palheta onde esparramam-se cores em vários tons, misturo-as a pintar e dar formas ao que existem somente em minha mente; crio dessa forma as mais variadas formas de expressão. Posso ser abstrato com as palavras; acadêmico expressionista, surreal, cubista, descritor de paisagens; um retratista. Posso até criar uma expressão que ninguém ainda criou (duvido).

Um meta aforismo atual diria:

— São as palavras chips carregados de informações que implantamos seguindo um esquema desenvolvido por algum hábil analista de sistemas cognitivos?

Sem palavras, há compreensão? Ou a compreensão vem antes das palavras?

Arquitetamos com as palavras, pontes para o significante. Palavras são tijolos que utilizamos tal qual Ninrode, para construir uma torre com a intenção de atingir os céus. No máximo atingimos os seus. E o que resulta é uma esplêndida torre Babélica.

A seguir proponho um desafio. Abaixo há um texto “desconexo”. O desafio é, como em um quebra-cabeça, reorganizá-lo, dar-lhe nexo(?). Ele já existe na sua construção original poética. Apenas o embaralhei fora de ordem. Ao completar um mês a partir de hoje (poderia ser 15 dias, 18 ou 23, mas arredondei para 30), postarei o meu texto original. Significará isso algum nexo imutável?

Quem quiser se atrever, boa sorte.

Com vocês, a palavra.

invisíveis de madeiras,

Nos dias existentes? no fim da vida

fugaz instantâneo um homem só

calos da compreensão

Sou Sísifo Colhidas nos

Pelo preço

Que vida é essa festa na ladeira

Como se isso que me custa pagar

fossem dores sujando botinas

Sangra perfume de flores

Mastro descerrado, a navalha do dia a dia

que morre carregando rotinas

Anjo Corta-me o coração

Coros visitam Falange de tanto que mereço

Abduzido pelo com o vento

Restos brinquedos jogados

Corações alados,

Adormeço no

leandro Soriano
Enviado por leandro Soriano em 29/07/2006
Código do texto: T204971