A casa do meu coração

Os ares que me buscam nesse dia tem olhares expressos...tem expectativas no ar...tem cheiro de palavras antecipadas...de rupturas e rachaduras no solo que piso...

...As chuvas das manhãs de verão são passageiras...não chegam a inundar os solo...como as tempestades de fim de tarde...porém a cada chuva...por mais mansa e suave...ou mais torrencial...sempre apaga a poeira do chão castigado...

...Algumas vezes...o sol que se levanta após cada chuva...machuca até muito mais que as próprias águas que varrem tudo... devastam as flores... e as plantas que brotaram a margem dos ribeirões e nas cabeceiras dos rios caudalosos...

...A palavra da qual sou instrumento...não muitas vezes preciso...me cala...e me aponta os caminhos por onde devo me encontrar...muitas as direções...e muitos caminhos se abrem a minha frente...não tenho fulgores...nem louvores...tenho só um pena uma alma inquieta...

...Se falo com o coração...é porque ele me pulsa no peito...e dele não consigo me apartar...mas esse velho coração é uma casa enorme de muitas divisões...carrega muitos moradores...muitos inquilinos... meu coração não é uma casa vazia...

... Mas eu posso tudo naquele que me fortalece...e é nele que apoio minha palavra...é nele que planto os meus caminhos e é por ele que enfrento os vendavais e as tempestades...porque sei que ele e só ele pode tomar conta dos meus caminhos e da minha vida...

...Minhas palavras...são artesanatos bem trabalhados para causar impacto...fazer o coração e alma sonhar..nada mais do que palavras atiradas ao vento...num determinado momento...

...Moldo meus gestos...e meus passos...a medida que avanço nos dias...mas sou errante...sou viajante neste espaço...como tantos...sou uma peça a mais nesse tabuleiro...se somo...não sei...

....sei que planto...e vou colher...

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 29/05/2005
Código do texto: T20679
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