Sobre a depressão

Asssisti a um programa, Canal Livre, pela Band, nesse último domingo. O tema discutido era depressão e me interessei em vê-lo, porque já passei por essa amarga experiência (ainda passo) e só quem a tem sabe como é o desespero de não ter controle sobre as emoções e comportamentos.

É muito incômoda e lenta sua cura e, às vezes, nem acontece. Sempre há que se estar em alerta e com manutenção medicamentosa.

Dois depoimentos foram mostrados no programa, que contou com a participação de dois profissionais da área da saúde. A primeira a comentar, sem receio, foi Marina (cantora) e o segundo de uma jornalista de nome Cátia, autora de um livro chamado 'Tomo anti-depressivo, graças a Deus'. Interessante como as duas relataram o mesmo mal sem cair na mesmice e mostrando a credibilidade que o assunto merece.

Tive minha primeira crise há mais de 20 anos e até hoje essa doença me assombra! E tomo anti-depressivo, graças a Deus!

Sei todos os sintomas, conheço o mal de perto e a crise não dura mais que um minuto, mas para quem está padecendo, no momento, dura uma eternidade. O coração acelera, as lágrimas são inevitáveis (há pessoas que não conseguem chorar e sofrem mais), a vontade é de ficar em cima de uma cama e não se tem apetite. O emagrecimento é considerável.

Outra característica dessa doença é o medo. Talvez, por isso, muitos não conseguem sair de casa e a coragem de fazer algo, pequeno que seja, é difícil em alguém com depressão.

Ouve-se demais que não existe essa doença e, sim, que é 'bobagem, vai passar', só que a angústia, a aflição, a ansiedade tomam conta do ser por inteiro. É a doença da alma, mas também uma carga genética que o indivíduo carrega e contra a qual não pode lutar.

A serotonina é uma substância que o organismo produz e é responsável pelo bem estar; quando, porém, ela abaixa sua taxa, assim como abaixa ou aumenta a taxa de glicose no sangue, dá-se uma transformação e da alegria passa-se a uma tristeza infinda.

Recomendam-se caminhadas, exercícios físicos, ingerir líquidos, mas há necessidade da procura por um psiquiatra que, dependendo do caso, vai encaminhar o doente para um tratamento psicológico e, ao mesmo tempo, receitar-lhe uma medicação adequada.

O tratamento é lento, mas seus resultados são satisfatórios, visto que por meio dele é que se chega à conclusão de que existe bem estar, qualidade de vida, alegria, prazer com pequenos detalhes e a vida não é tão escura quanto se vê.

Minha experiência me ensinopu que se deve procurar um médico de confiança ou mesmo um psiquiatra, sem, contudo, pensar que se está louco, ao aparecerem os primeiros sintomas.

A depressão é um caso de doença séria e os românticos, no séc XVIII, já demonstravam sinais dela, sem contar que outros gênios como Van Gogh, Nietzche, Proust e outros tantos sofriam e, hoje, há grandes inteligências que sofrem com ela!

Nada há como um bom acompanhamento e, em mãos que entendem o processo pela qual ela se instala, porque não escolhe idade, cor, raça, nível social. É perigosa, pode levar ao suicídio e envolve todas as pessoas que estão ao lado de quem sofre, pois, não há o que se possa fazer, a não ser esperar pelos resultados positivos de uma possível recuperação!

Tida Pozzato
Enviado por Tida Pozzato em 08/02/2010
Código do texto: T2076585
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