Venha

Rompa todos os selos, desenrola todos os novelos...

mas me guarda com todo zelo...

para que hoje eu me ache mais

perto do seu infinito, logo no primeiro grito...

Venha num rasgo do pensamento,

numa lufada de vento...mas venha, meu alento...

Venha de carona numa estrela cadente...

no dorso de uma serpente,

mas venha, simplesmente...

Quando a lua adormecer,

o arrepio da madrugada me entorpecer..

Apareça...

Derrama nos meus seios o seu cheiro aromático de erva do campo, sirva na minha pele um banquete romântico...

que em mantras me preparo para esse encontro tântrico...

Enquanto a noite brincar de escuridão...

nos afastamos da multidão...

e no centro do nossos versos,

bailamos para o universo...

como bandeiras coloridas...

metades bem servidas...

perdidas na imensidão...

Sem lembranças, sem alianças...

livres como crianças...caras pintadas e pé na terra,

tateando nossos próprios rastros...

brincando de astros...

As folhas dispostas dessa janela,

são estradas a trilhar sonhos...

caminhos abertos para um mundo sem fronteiras...

Cada palmo desse céu, que me banha o corpo de sereno,

tem mistérios que não desvendo...

tem felicidades sem remendo...

magias tecidas com as pontas dos dedos...

por onde não se atrevem os medos...

revelar íntimos segredos...

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 30/05/2005
Código do texto: T20842
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