Leves Fragmentos Solitários - XXIV

Só sabemos o limite da paciência, quando estamos a ponto de perdê-la.

Assim como todos os sentidos & toda a nossa capacidade de discernir sobre tudo & todos, só é valorizada quando no seu limite extremo. Isso não é para todos, não.

A grande maioria só se dá conta daquilo que é importante, quando está totalmente perdido. Seja o que for, que tenha perdido. Pode-se escolher qualquer tipo de exemplo, qualquer tipo de sentimento, objeto, & o que lhe melhor prover. Após a perda, a supra valorização.

Não estou perdendo nada. Isso não é motivo dessa reminiscência. Estou apenas valorizando, cada vez mais, tudo aquilo que tenho conquistado no decorrer dos anos, principalmente, nos últimos tempos. Valorizando cada momento, cada alegria, cada segundo vivido, & sempre de forma muito intensa. Cada vez mais intensa.

É interessante a quantidade de “coisas” que tenho feito, escrito, visto, revisto, re-escrito, entre tantas atividades que têm composto o meu dia-a-dia. Assim como, poder olhar para trás & ver que mesmo sem ter feito tantas outras coisas, seja qual for os motivos, tenha provocado a sua não execução, fiz muita coisa interessante, vivi, & escrevi a respeito, & continuo vivendo & escrevendo com a mesma intensidade, como o mesmo gosto. É o prazer de viver. Sim, se algumas coisas pudessem ter sido diferente, talvez fossem interessantes & divertidas, talvez. Sempre está faltando alguma coisa, mas é pela própria ânsia de novidades que rondam todos os meus sentidos. Essa busca constante pelo novo. Uma busca constante, sempre.

Toda essa tônica continua para exaltar o quanto é importante amar, amar a vida, cada espaço, cada passo dado, cada momento vivido em toda a sua plenitude. Podem perguntar pelos dissabores, ora, esses sempre estarão presentes como forma de temperar o cotidiano, & para não transformá-lo numa enorme monotonia.

Não me canso de falar para a Patinha, o quanto somos privilegiados. Isso é um privilégio. Sempre será. E como ela diz, nem a distância, nem a falta de comunicação, muito menos a saudade do contato próximo, transformará em barreiras a fome de viver.

Peixão89

Leves Fragmentos – 1999-2000

Peixão
Enviado por Peixão em 11/03/2010
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