Notas da Aula de TO sobre Karl Weick

Notas da aula de T.O. de 16/04/2010

O Weick é positivista e funcionalista, só não é objetivista e estruturalista, mas sim processual. O interpretativismo dele é só que os dados incluem a produção de sentido pelas pessoas. O método, e não a atitude filosófica, é que "é diferente". Nossa! Revolução na minha mente! :-P

Para o marxismo, o ser humano, ao trabalhar, produz a si mesmo.

Ele é um ser social. Quando não trabalha, perde os laços que produzem sentido. Aliena-se. Essa é a concepção ontológica do trabalho para o marxismo.

Para o marxismo, não existe pesquisador, nem método.

A categoria filosófica central é a contradição.

No positivismo, é a realidade, a ordem e o progresso.

No positivismo, o método pressupõe a objetividade (do pesquisador em relação ao sujeito-objeto pesquisado).

A classificação de paradigmas de Burrell e Morgan é falha. Tenta "encaixotar" paradigmas... Weick (1995, p.34) fala em "oscilação ontológica". (p.69) B&M dizem que, para os interpretativistas, a organização não existe. (bobagem!) Eles também (p.253) opõem o interpretativismo ao positivismo/funcionalismo só por causa dos métodos. (p.249)(bobagem!) Dizem que as categorias ontológicas de um e outro são incompatíveis (bobagem!). Mas, por exemplo, Garfinkel estuda a ORDEM social, a ORDENAÇÃO e a produção de sentido pelas pessoas. Positivismo não busca causalidade, só as relações entre as coisas. Citam autores com bases positivistas que buscam os dados na subjetividade!!! Weick, por exemplo, estuda a organização produzida por pessoas, q estão em SISTEMAS abertos (realidade, ordem, progresso). Burrell, muito tempo depois, reconhece os excessos do texto (supersimplificação, enquadramentos fixos auto-excludentes). O livro foi bem-recebido na época pq havia só o funcionalismo, e eles propuseram uma visão mais pluralista, apresentando a existência de outras "vozes". :-)

Minha tese: atitude filosófica positivista - métodos mistos - triangulação para checar a validade dos dados (isso é bem positivista!)

Para quem e para que Weick escreveu a teoria (do Sensemaking)? - Para os gerentes gerenciarem melhor, pensando em processo! (1979)

Em probleminhas organizacionais, como "gerenciar" o sentido? Via comunicação! intersubjetividade! (minha tese)

A organização NÃO produz sentido; só os indivíduos produzem sentido, coletivamente. O nível de análise de trabalhos que usam o sensemaking é sempre o indivíduo, pois ele é o criador de sentido.

A categoria operacional do método é individual, embora as inferências possam ser para o nível organizacional.

Interpretação NÃO É sensemaking.

Produção de sentido não é diferente da ação. A construção da identidade é 'ongoing' na ação (contínua, cíclica, sem início).

Exemplinho dos jurados (sensemaking para justificação).

Exemplinho dos acidentes (processo de decisão)

Quando Weick é um bom conselheiro (Gioia, p.93)? Ocasiões relevantes para sensemaking nas organizações: quando há incerteza.

Weick é útil/importante/ajuda a pensar práticas organizacionais/ferramentas gerenciais como o desenvolvimento de sistemas, o desenvolvimento de produtos, inovação, avaliação de desempenho, atendimento em serviços, e um monte de outras coisas. (mas não para pensar a nossa vida) :-) Para a psicologia cognitiva norte-americana (Parson), o 'self' não é o "eu", mas sim uma soma de papéis. (blarghs!) isso quer dizer "fingir"/representar um papel para si mesmo a cada instante. (bobagem! parecido com o leito de Procusto) O ser humano é muito mais complexo do que isso, evidentemente. :-)

A dissertação do Takeo usou Weick e narrativas ficcionais, histórias (tem que ser, para quem vai trabalhar com Weick, pq a produção de sentido é retrospectiva e REcriada, sempre uma VERSÃO dos fatos) sobre os Planos de Negócio exigidos pelas incubadoras. Para Weick, um "plano" só serve para produzir o sentido inicial (análise de viabilidade) sobre um montão de dados coletados, naquele momento. A avaliação de desempenho das redes de empresas depende do sentido produzido pelos empresários (se eles querem estar na rede).

'Enact' pode ser 'representar, atuar, encenar', criar o ambiente, com oportunidades e barreiras (inventadas na mente de cada um). 'Extracted cues' - escolhemos as coisas às quais vamos dar sentido, basta que a explicação seja plausível ("a consciência é uma ilha de edição").

Weick, 1995, p.70 - muito importante

indivíduos - intersubjetividade - repetições, sedimentação - intersubjetividade genérica - scripts, normas, controle, estruturas

(por exemplo, quando muda uma tecnologia, os velhos scripts não servem mais)

Livro de 1979 (A Psicologia Social da Organização) esboça, e Weick (1995, p.71-75) estabelece (capricha) uma nova definição de organização: identidades que se movem entre as subjetividades, em um processo, produzem a organização, que é um SISTEMA aberto que faz sentido para todos (minha tese).

Verbo: intersubjetividade ('ongoing', processo, construção)

Nome: intersubjetividade genérica (já cristalizado)

O Verbo vai construindo o Nome. - Fluxo interrelacionado ou tensão dicotômica? (Nome, para Weick e para Whitehead, é diferente, mas é bem parecido.) Gerúndio também é um verbo substantivado.

Weick é útil para entender a teoria institucional (parte cognitiva).

Trabalho do Anderson serve para 'mapear' a relevância do Weick, que não é muito usado no Brasil, mas é muito usado nos EUA.

Aline Malanovicz.