Não cochile, espere-me chegar

Apronta o abraço que estou chegando,

deixa meia luz e a música ambiente bem

baixinha para não atrapalhar meus sussurros...

Estou indo me banhar, e passar aquela água de cheiro de que tanto gosta, prepara meu lado no leito, afofa meu travesseiro...

Não se esqueça de deixar a janela aberta, quero contar estrelas e perder o olhar nesse

azul sem fim, antes de adormecer...

Não cochile, nem durma antes que eu chegue, sabe que gosto de me guardar no seu abraço, e é pouco provável que só me contente com um beijo carinhoso.

Quando eu passar por essa porta, serei a mesma que você conhece há muito...e serei

ainda a que sempre anda junto das palavras, mas que se cala pra ouvir e sentir o seu respirar...

Serei sempre mais essência...que presença, para que nunca me tenha presa...e jamais se sinta atado...estarei presente no eco da sua memória...na pupila dos seus olhos,

no sabor dos seus lábios...no lamber da sua língua...porque não vai me confessar...

Abra os braços e deixe o peito pronto para que eu me ajeite...não se acanhe de embaraçar meus cabelos...seus dedos tem sempre um jeito gostoso de se enfiar por entre eles...de roçar a minha pele...desenhar sobre meus lábios...

Sempre que a noite fechar os olhos, olhe ao seu redor...não estará só...uma parte de mim foge todos os dias...

e quando meu corpo se agita e se cala na sombra da noite quieta...é a vez da sua essência em meu leito se abrigar...

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 05/06/2005
Código do texto: T22298
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