Ele mexeu, virou e revirou

No seu baú de lembranças.

Palavras de afeto, que jamais falou

Nem tampouco esperança.

Gestos de carinho,

Jamais havia sentido,

Tornou-se solitário, sozinho

Nem sequer um amigo.

Caiu em si,

E viu que tudo que havia construído.

Nesta árdua e dura vida.

Não era nada.

Nunca havia demonstrado amor,

Carinho, afeto, ternura

E ao fechar o baú do dessabor,

Só lhe restava amarguras.

O tempo já havia passado,

E era muito tarde para sentir tudo isto,

Com o semblante sofrido,

Olhou para o lado e viu-se só,

Solitário.

Olhou para o lado

E não viu ninguém,

E com uma única lágrima no rosto,

Fechou os olhos e agonizou

Solitariamente,

Em um leito de hospital,

Junto com os indigentes,

Nem sequer ao seu lado,

Um único por mais insignificante que fosse

Amigo, parente.

Luciano Teixeira

Luciano Teixeira
Enviado por Luciano Teixeira em 24/08/2006
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