Não me acostumo

Não me acostumo à tua ausência tão dolorida...a esse frio cortante, que me lembra a todo instante; que não vais mais voltar...

Que faço eu aqui, sem palavras e sem motivos para encontrar as falas; que ...de repente, me faltam...ah...quão se graça ficaram os meus dias...sem o teu sorriso...sem os teus carinhos essenciais...

Tantas lembranças, dos nossos abraços...da nossa cumplicidade, discreta...das nossas alegrias sem pressa...das nossas trocas silenciosas...da mudez das nossas palavras sempre sinceras...

Está faltando de mim um pedaço...um pouco de vida...que se foi, com a tua despedida...

Fiquei livre para prosseguir, encontrar novos caminhos...era só ir adiante, nenhum laço mais me prende; porém não sei pra onde ir, sem tua alegria, sem teu carinho...perdi o pouco da esperança que trazia dentro de mim...perdi a minha vontade de ser feliz, perdi a vida que sorria nos teus olhos brilhantes, então o que me resta para acreditar...se não vais estar aqui quando eu, algo conquistar...

Meu coração acostumado à festa dos teus olhos sempre presentes, queima de saudades....Olho em todas as direções...e não estás....só o tenho na retina inundada pelas lágrimas salgadas, como os meus oceanos de angústias tolas...

Eu não me acostumo à essas paredes nuas...essas noites desertas...

Eu não gosto desse céu infinitamente negro...sem o teu doce sorriso, brincando de luas, em todas as direções...

Tenho os pés gelados...as mãos ansiosas...não me quer mais o sono, há muitas noites...Tenho suores intempestivos e frios exagerados...tenho teu nome apertado entre os lábios e tuas feições bailando nos mares revoltos dos meus olhos de ressaca...tenho tudo que é de ti...mas me faltas por inteiro...

Enquanto ainda me resta um fiapo de voz...uma tênue confiança, eu te peço, meu Senhor, põe fim à essa vivência sem graça...

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 06/06/2005
Código do texto: T22577
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