UMA REFLEXÃO (por DALVA MOLINA MANSANO)

TENHO A HONRA DE PUBLICAR NESTA PÁGINA O TEXTO DE REFLEXÃO DE DALVA MOLINA MANSANO, MAIS QUE UMA COLEGA, UMA AMIGA A QUEM DEDICO CARINHO E MUITO RESPEITO. SINTO-ME ESFUZIANTE DE ALEGRIA COM A ATENÇÃO DISPENSADA POR DALVA AOS MEUS TEXTOS. ESTA REFLEXÃO É PRODUTO DA SUA LEITURA DO MEU POEMA INTITULADO EPISTEMOLÓGICO. BJS, DALVESTRELA

Taninha:

Estou enviando coisas que penso que poderão auxiliá-la. Caso não sirvam, esqueça e jogue fora, certo? Também não sei se entendi direito o tema, mas vou tentar:

Começo dizendo que "somos prisioneiros de nós mesmos. Nunca se esqueça disso, e de que não há fuga possível! LAO TSE, Tao-te-ching, 600 a.C.

René Descartes durante toda a sua vida viajou muito pela Europa e ainda jovem, quis conhecer a natureza do homem e do universo, mas depois de estudar filosofia, conscientizou-se, sobretudo de sua ignorância. Sócrates também estava convencido de que a razão era o único meio de se chegar a um conhecimento seguro, assim como Platão. Deles dois até Descartes, passando por Santo Agostinho, eram racionalistas convictos.

Trazendo o tema para os nossos tempos, podemos fazer um paralelo com a seguinte reflexão: Segundo Newton, a história humana traduz-se por uma contínua busca de soluções, pois no dizer dele: "o imenso oceano da verdade se estende inexplorável à nossa frente."

Os educadores buscam mudar no ser humano o que é passível de educação, tentando transformá-lo em ser social, indivíduo concreto e realizado dentro de sua história de vida e da história do mundo. Para isso, o professor deve encarar essa prática como social e global e saber agir com os meios de que dispõe.

Não pode esquecer de que está trabalhando com um ser que vive em sociedade e, por isso, desse trabalho, deve resultar um cidadão apto a realizar-se no meio em que vive. Deve favorecer o aluno na elaboração crítica dos conteúdos por meio de métodos e técnicas que valorizem as relações solidárias e democráticas. Tudo isso, sem esquecer-se de que sua atuação deve ser pautada na responsabilidade, honestidade, respeito, disciplina, organização, coragem, entusiasmo, humor, humildade, compreensão, generosidade, gentileza, cooperação, união, afetividade.

Paulo Freire disse que "o homem é um ser relacional, que, estando no mundo, é capaz de ir além, projetar-se, discernir, conhecer [...] é um ser histórico criador de cultura {...} molda o mundo e é moldado por ele". Por esse prisma, deduzimos que a educação pode não zerar as desigualdades, mas pode oferecer um molde ao educando, para que ele as reduza.

Segundo Ivani Fazenda, o senso comum, quando interpenetrado do conhecimento científico, pode ser a origem de uma nova racionalidade. Pode conduzir uma ruptura EPISTEMOLÓGICA em que não é possível pensar-se numa racionalidade pura, mas em racionalidades.

O ser humano vive dando sentido às coisas e, diante dos problemas tende à reflexão e à análise, porém não o faz de forma clara. Assim, vai sofrendo os efeitos da passagem do senso comum para o bom senso, que é o olhar crítico sobre o mundo, ao passo que o senso comum é fragmentário, incoerente, preso a preconceitos e dogmas.

Por trás da ciência, o conhecimento e a arte constroem nosso mundo imperfeito e maravilhoso. A ciência procura decompor o todo em partes, o organismo em órgãos, concentra o foco na natureza e no processo das coisas, tal como são.

A ciência pesquisa e analisa dessa forma, ela torna o que era senso comum em algo refinado e disciplinado. A dúvida é aquilo que nos move; nós precisamos da certeza, a dúvida corrói. A dúvida mais a crença fazem a nossa ação, porque atrás da dúvida, você vai à pesquisa.

Descartes dizia que a dúvida é o ponto de partida para o conhecimento; não saber é o primeiro passo para o saber. Os defensores do empirismo afirmam que a razão, a verdade e as ideias racionais são adquiridas por nós através da experiência. Nossa razão é uma "folha em branco", dizem eles, uma “tábula rasa" onde nada foi gravado _ cera sem forma; até que a experiência venha escrever na folha, gravar na tábula, dar forma à cera.

Para Aristóteles, a lógica não era uma ciência teorética, nem prática ou produtiva, mas um instrumento para as ciências; por isso, o conjunto de suas obras lógicas recebeu o nome de Órganon, palavra grega que significa instrumento. A teoria Aristotélica diz que o silogismo é o coração da lógica, pois é a teoria das demonstrações ou das provas, da qual depende o pensamento científico e filosófico.

Olha, eu havia feito um texto melhor, mas agora depois de tomar um Olcadil e uma caneca de cidreira, já não consigo raciocinar! Se precisar que eu me aprofunde no tema, diga. São ideias de anotações de quando fiz uma Pós, de leituras de O mundo de Sofia e do Dermeval Saviani, amanhã dou mais detalhes. Bjos, linda Poeta!