VIOLÊNCIA: ação dos jovens como afronta à escola

Vive-se uma era de grandes incertezas, mudanças, insegurança, turbulências, violências e na Instituição Escola essas conjugações de desagregação social é presente no seu dia a dia, e faz os gestores, os professores e os profissionais de educação, ficar desapontados com essas vivências inadequadas por parte de muitos jovens que agem com condutas agressoras no espaço da escola.

Por ser uma Escola localizada no litoral, zona de risco acentuado pelo acréscimo do turismo, os jovens desenvolvem a sua maturidade precocemente e de forma desordenada, com achismo de permissividade.

O tema Violência: ação dos jovens como afronta à escola, é uma problemática que muito perturba o cotidiano da mesma, pois os jovens manifestam atitudes de desrespeito uns com os outros, descumprimento das normas da escola, depedração do patrimônio público (pichações), drogas (alcoolismo, fumo), apelidos insultantes como semente de violência (bullying), agressões físicas, desobediências aos professores, aos pais (quando estes são chamados para acompanhamento das atitudes, é notório o descaso por parte dos filhos). Essas manifestações deixam a Instância Escola X Família enfraquecida, pois os jovens argumentam defendendo-os como coisas normais, brincadeiras de alunos, chegando a chamar os professores e os pais de caretas, e de ultrapassados.

Por presenciar essa sistemática de comportamento dos jovens, proporia para cada área desenvolver atividades que pudessem focar os assuntos. Área das Ciências Humanas e suas Tecnologias serem tratadas as questões sociais como resgate dos valores, a formação do ser com responsabilidade e dignidade perpassando pela cidadania e o mundo do trabalho, os efeitos da violência e suas causas, a poluição ambiental e visual, paisagismos. Na Área das Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, tratariam das leituras, cartazes, palestras motivacionais, pesquisas, murais com condutas éticas, redação, peças teatrais focando o tema. Para a Área das Ciências da Natureza e suas Tecnologias trabalharia os efeitos e causas no organismo, promoção a saúde, malefícios para a comunidade, reações químicas para o injetor de drogas. Em Matemática e suas Tecnologias apresentaria dados estatísticos, espaço, número, metragem dos espaços pichados, gráficos.

A sociedade moderna constituída pelo homem é capaz de gerar poder e conforto, mas também é causadora de frustrações e tensões. Uma diversidade de conflitos se apresenta no ambiente escolar e necessita ser trabalhado de forma minimizadora e instigadora de saberes que possam superar as dificuldades apresentadas, na perspectiva de resgate da autonomia, da credibilidade, da confiança, do processo ensino aprendizagem e da responsabilidade por todos que dela fazem parte.

Os jovens precisam construir e reconstruir a sua auto-imagem e a sua identidade, para posterior idealizar o seu projeto de vida. Assim, também é a escola e a família (elas têm a grande missão de serem co-participantes desse projeto). O espaço escolar constitui-se em local privilegiado onde, se por um lado se explicitam as contradições e os antagonismos, por outro é possível que se constituam e se articulem interesses sociais mais justos, democráticos e solidários, para isso tem amparo legal na Constituição Federal 1988 e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Nº 9.394/96, no Art. 1º da Educação relata: A educação abrange os processos formativos que se desenvolve na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. Assim sendo, a equipe escolar tem o desafio de intervir e desenvolver ações que possam ajudar as famílias e os jovens, instrumentalizando-os com informações esclarecedoras e seguras, de promoção, de proteção ao tempo / espaço de aprendizagem, para que possam obter sucesso na vida escolar.

As Políticas Públicas que norteiam a Educação é tão escassa e insuficiente que não dá conta do contingente, ficando a sociedade desconcertada com as políticas de transferências (focais), que também não resolve o problema. O ECA foi criado como política social, para assegurar os direitos da criança e do adolescente, porém no início foi mal interpretado por parte de muito da sociedade (jovens pensavam que não havia punição e sim só defensor-direitos) e podemos citar como Política Pública Social (Universalização). ECA – Estatuto da Criança e do adolescente que evidencia que a criança e o adolescente são sujeitos de direitos (pessoa em situação peculiar de desenvolvimento), redefinindo a construção e gestão das políticas sociais, como também papéis, responsabilidades, atribuições e competências, sejam no âmbito federal, estadual, municipal mais também familiar e social. Sabe-se que nem tudo funciona como deveria ser, é muito complexo assegurar que tais políticas têm efeitos seguros ou que funcionam em prol da redução das desigualdades e na promoção do desenvolvimento social do país. Também não se pode assegurar que para combater a violência exista uma política que assegure a sua escassez. O que presenciamos é uma focalização, onde se elege prioridades, o que implica que determinados setores e estratégias serão privilegiados em detrimentos de outros. Para os gestores e profissionais da educação é muito complexo tratar do assunto violência, pois a escola não recebe incentivo para fomentar e desenvolver ações de combate a essas atitudes. As ações assistencialistas (focalizadas) são de escolhas determinada e escolhida pela SEDUC/SEFOR para desenvolver ações de focalização como os programas: Mais Educação, Escolar Aberta, que trabalha os jovens em tempo integral e diferenciado, também deixando suas lacunas, pois a própria sociedade não apresenta aporte seguro na construção de uma política de inclusão. A Escola de Ensino Médio comum, pouco recebe recursos para suprir as necessidades corriqueiras e necessárias ao funcionamento diário, digno, para garantir a aprendizagem satisfatória aos que nela ingressam. Proponho a Reforma do Currículo Escolar na expectativa de aproximar os conteúdos à realidade da comunidade na qual a escola está inserida, por ser o currículo um processo de seleção e de produção de saberes, de visão de mundo, de habilidades, de valores, de símbolos e significados “cultura”. É também a maneira de instituir formas de organizar o que é selecionado, tornando-o ensinável. Então nesse sentido, a política curricular dá-se na constituição do conhecimento escolar (construído para e pela escola) em suas práticas. Por isso há de ser repensado urgentemente, frente às demandas educacionais vigentes, que exige um currículo dinâmico, flexível e que aporte o desenvolvimento do saber sistematizado de forma que o educando tenha condição de construir a sua própria cidadania.

Nilba Paiva
Enviado por Nilba Paiva em 17/07/2010
Código do texto: T2383154