O Sangue nos Livros Sagrados

"A palavra Deus, para mim, é nada mais que a expressão e produto da fraqueza humana; a Bíblia, uma coleção de lendas honradas, mas ainda assim primitivas, que são bastante infantis". -Albert Einstein

"Os Deuses são a encarnação do que nunca poderemos ser. O cansaço de todas as hipóteses"_Fernando Pessoa

"Deus é um ser mágico que veio do nada, criou o universo e tortura eternamente aqueles que não acreditam nele, pois os ama"._Steve Knight

A Bíblia é o livro mais vendido de todos os tempos e é também um dos menos lidos.

Mas como se deveria ler e interpretar corretamente a bíblia?

A imagem que se tem da Bíblia é de um livro santo, que prega o amor, a bondade, a humildade.

Mas há muito sangue, principalmente o Antigo Testamento, tem passagens sangrentas e cruéis, de fazer inveja aos piores filmes de horror e de terror psicopata. "Sempre que a moralidade se baseia na teologia, sempre que o correto se torna dependente da autoridade divina, as coisas mais imorais, injustas violentas e infames podem ser justificadas e estabelecidas"._Ludwig Feuerbach.

Pela e em nome da Fé, desde o princípio dos tempos e das civilizações, tem mandado matar em nome de Deus.

Quando Moisés desceu do Monte Sinai com as tábuas da lei percebeu que seus seguidores faziam orgias e adoravam um bezerro de ouro (Êxodo, 32:27-8). Furioso, vociferou: “Ponde cada um de vós a espada a seu lado. Percorrei o acampamento e voltai, de portão a portão, e matai cada um o seu irmão, e cada um o seu próximo, e cada um o seu conhecido próximo”. “E os filhos de Levi passaram a fazer o que Moisés dissera, de modo que naquele dia caíram do povo cerca de três mil homens”.

Como explicar tal atitude?

Não tenho estrutura mental para aceitar as justificativas dos crentes para tantas atrocidades dos atos da tirania da Fé. Aceitando tais insanidades também estaria aceitando as monstruosidades de Hitler. " Acredito hoje que estou agindo de acordo com o Criador Todo-Poderoso. Ao repelir os Judeus estou lutando pelo trabalho do Senhor". - Adolph Hitler, Discurso, Reichstag, 1936.

Não consigo enxergar ou interpretar nada de ou do sagrado na bíblia, apenas vejo a mão do homem dizendo ser "o escriba de deus", e, facilmente pode-se a levar a interpretações como "estratégias militares", pois nesses "idos" eram épocas de conquistas de terras e de povos, que se estendeu até uns dois séculos depois da chegada das Caravelas portuguesas ao Monte Pascoal.

A passagem do profeta Joel diz que virá sobre a terra de que fala uma gente estrangeira muita e forte e que o seu exército entrará armado de fogo, assim na vanguarda como na retaguarda, e que por meio destas armas e deste fogo a terra, que dantes era um jardim de delícias, ficará a solidão de um deserto. Depois disto descreve o profeta, com a miudeza digna de se ler devagar, o modo e disciplina militar desta gente nas marchas, nas investidas, no bater e escalar os muros, tudo cheio de circunstâncias temerosas, e ameaças de horrores.

Templos, túmulos monumentais e palácios, sempre exigiram multidões de escravos para serem construídos e mantidos. Nesses idos deveriam existir milhões de escravos, trabalhando para ter direito ao pão, à água e à procriação, engendrando muitos futuros escravos.

Dizem os crentes que os registros bíblicos são escritos em três estilos: poéticos, proféticos e históricos.

Mas onde estaria o poético, o profético e o histórico? Ou então os simbólicos?

Não consigo encontrar que simbolismos são esses que dizem os crentes, para os quais, mais dão margem para especulação, como em:

Em Deuteronômio 20:10, encontra-se trechos horripilantes. Jeová, o Deus do Antigo Testamento, o mesmo que dissera “não matarás”, aconselha aos hebreus que, ao encontrarem outro povo, façam proposta de paz. Se aceitarem a paz, deverão ser escravizados para fazer trabalho forçado. Se recusarem a proposta de paz, Jeová os entregará nas mãos dos hebreus, que deverão matar todos os homens com o fio da espada. Em seguida, deverão saquear todos os despojos, inclusive as mulheres, as criancinhas e os animais domésticos.

No mesmo livro, cap. 7, Jeová diz que seu povo escolhido deverá aniquilar sete povos que lhes serão oferecidos. “E tens que consumir todos os povos que Jeová, teu Deus, te dá. Teu olho não deve ter dó deles”.

Em Deuteronômio 22:22-23: “Caso um homem seja encontrado deitado com uma mulher que não tenha dono, ambos têm que morrer juntos…” E continua: “…tendes que levá-los para fora do portão daquela cidade e tendes de matá-los a pedradas, e eles têm que morrer”.

Em Deuteronômio 21:18, Jeová ordena que, se um homem tiver um filho obstinado e rebelde, ele e a mãe devem levá-lo para fora da cidade, chamar os anciãos e dizer-lhes que o filho deverá morrer. Todos os homens da cidade deverão atirar pedras nele até morrer.

Pela Fé se produziu muitos dos sofrimentos, de morticínios, de monstruosas violências físicas e espirituais que constituem um dos mais tenebrosos capítulos da miserável história humana, em troca de promessas de paraísos e ameaças de infernos.

Enfim, apenas vejo nesses livros tidos e lidos como sagrado, o sentido de escravidão, renuncia e servidão.

Em II Crônicas 15:13, Jeová sentencia: “…todo aquele que não procurar por Jeová, o Deus de Israel, seja jovem ou velho, homem ou mulher, deverá ser morto”. Em Êxodo 22:20, demonstra sua absoluta intolerância: “Quem oferecer sacrifícios a quaisquer deuses, e não somente a Jeová, deverá ser completamente destruído”.

Olho por olho, a pena de talião, é a lei do Antigo Testamento. Não há lugar para perdão nem piedade. No entanto, Jesus, o mesmo Jesus que mandou dar a outra face, no Novo Testamento, também tem momentos de furor, como em Mateus 10:34: “Não penseis que vim estabelecer paz na terra; vim estabelecer, não a paz mas a espada. Pois vim causar divisão; o homem contra seu pai, e a filha contra sua mãe. Deveras, os inimigos do homem serão pessoas de sua própria família. Quem tiver maior afeição pelo pai ou pela mãe maior que por mim, não é digno de mim; e quem tiver maior afeição pelo filho ou pela filha que por mim não é digno de mim”.

Mas os crentes não acreditam nas religiões e nos deuses dos outros.

Os ateus também.