Tomás de Aquino
O trabalho de aristotelização do cristianismo tem, em Tomás de Aquino, o seu ponto culminante, o qual procede a escolha e sistematização dos materiais até então conhecidos e estudados por Alberto Magno, seu mestre, e pelos comentaristas árabes e judeus da obra aristotélica. Através de uma série de comentários e de sumas, realiza êle essa obra ingente, que é um dos momentos mais elevados da filosofia. A preocupação máxima de Tomás de Aquino são as relações entre a fé e a razão. Compreendeu que o terreno da Filosofia e da Teologia são terrenos distintos, e que uma não podia ser absorvida pela outra. Se a razão se move dentro do terreno da filosofia, a unidade da verdade exige que nada do que a razão pretende saber seja contrário ao dogma estabelecido. Salvo quando a razão é usada de modo incorreto, pode ela afastar-se do dogma. Por isso, estabelece os limites da razão. E daí afirmar que a razão é apenas uma criada da fé. Para Tomás de Aquino, é a questão de Deus a culminação mais alta da filosofia e da fé, e acredita que, por raciocínios, pode demonstrar a existência de Deus, o que empreende. Deus é Ato Puro. Todos os outros seres não são perfeitos, porque não são atos puros.