A SELEÇÃO 'DES-NATURAL' DE DARWIN E A ÉTICA SOCIAL – SÃO COMPATÍVEIS?

Este trabalho é continuação dos anteriores “Jogaram Deus no lixo? e “Teoria da evolução x Criador- Quem jogaremos no lixo? Apresentados em seminários de linguagens na UFMT¹.

Este discurso é de cunho investigativo, e pretende despertar e provocar os ouvintes, sobre alguns questionamentos, inquietações, e referências aproximando-os de comentários de importantes historiadores e cientistas de nomeada os quais, evolucionistas ou não, mostraram um lado pouco divulgado na escola e pior ainda, nas universidades, sobre a influência nefasta e segregadora da teoria da evolução e/ou seleção natural, e a espoliação do “outro”, SANTOS².

Quando cientistas comentam sobre este tema alguns deles reconhecem que esta teoria tem contribuído para a segregação racial, política, e social, além de minar e destruir a auto estima, e a esperança quanto ao futuro, de muitos jovens, que chegam a conclusão lógica de que se somos animais, e se vale tudo nesta luta de poder, onde sobrevive os mais expertos, são influenciados a agir, de modo congruente com o que estão sendo sorrateiramente enganados e ensinados nas escolas!

Neste discurso, partiremos do pressuposto de que os leitores professores e formadores de opinião, já debruçaram-se sobre a obra “Domínios da História” de FLAMARION bem como “A Escrita da História” de BURKE, ambos teceram comentários dignos de pesquisa e reflexão: perguntamos:

Que base científica temos para acreditar que esta teoria causou segregação? Quem classificou o 'outro', (o negro, o índio e o asiático) como inferior? É esta discussão que ora damos inicio, sendo este tema pouco discutido entre nossos colegas de ofício, exatamente por ser - para utilizar uma palavra arcaica - desasada3, não aderir a teoria da evolução, já que quase todos os professores nas universidades, postulam neste sentido, - perguntaria o incréu- como nós podemos questionar os professores?

No entanto, é exatamente este tipo de mente torpe, que será eternamente enganada a acreditar que 'teoria' é o mesmo que fato, enquanto nós professores, não tivermos a coragem, de saltar o muro, para espiar do outro lado, continuaremos a enganar e ser enganados, por um discurso bicentenário, que ficou famoso por descrever a origem da vida, algo que realmente não o fez!

Enquanto pensarmos, que, por não ser nossa disciplina de vocação, ou pior ainda, pensar que, por não sermos da área da biologia, não temos nada que ver com isso!, só ficaremos retardando e perpetuando as ricas possibilidades de ajudar nossos pupilos a criar uma consciência crítica, uma que não deva aceitar tudo o que se postula sem o mínimo de questionamento ou investigação, continuaremos apoiando um discurso elitista, burguês, e perpetuaremos uma tacanhice educacional, que está impregnada em todas as disciplinas atuais.

Como verdadeiros profissionais, que honram seus estudos, e que deseja realmente uma educação, que promova a eqüidade, a imparcialidade e a ética social e educacional, trataremos de investigar temas, ainda que distantes de nossa práxis, com o objetivo de qualificar-nos para os desafios da contemporaneidade.

Isto posto, comunicamos, que a temática da igualdade/desigualdade social, inserida na 'questão social', tema que durante séculos foram desconsiderados pelos povos dominantes da Europa, foi velado de modo previsto e planejado.

As injustiças e desigualdades sociais são hoje mais visíveis, e os movimentos sociais provocaram um desvendamento, ainda que muito tímido por ser constrangedor para as elites ainda dominantes, e brincando como que de cobra-cega, onde as massas é quem são veladas, quanto ao real significado/significante dos fenômenos sociais locais e globais.

A desigualdade social é certamente um problema de múltiplas dimensões, cujas causas são estruturais. Nós quer acadêmicos quer professores, e a comunidade em geral não podemos nos calar à medida que, nos apropriamos deste saber, onde o outro, foi e ainda tem sido extremamente explorado, maltratado, assassinado, e dizimado (o índio), bombardeado devido o entendimento equivocado de que o (o branco) era superior aos demais, como classificou Von Carl Linneus quando disse:

“ que ao homem asíático cabia 'a crueldade, e melancolia', ao africano a 'maldade e a astúcia', e ao europeu o 'gênio e a inventiva' FLAMRION4, o ensino da evolução tem uma pesada culpa pela piora constante do crime, da violência, da delinqüência, da promiscuidade sexual e até do terrorismo internacional, na medida em que espalha uma ideologia de mais apto, ou mais experto, a tal ponto, que certos países são considerados superiores aos demais, ou que uns são eixo do mal, enquanto outros se auto estão titulando-se de eixo do bem.

Que a seleção des-natural, quer dizer, a teoria da evolução está por trás dessa dicotomia, estimulando a superioridade do mais apto, pode ser vista no comentário de Francisco de Vitória teólogo espanhol que disse: “ 'Vemos entre nós muitas pessoas que são pouco diferentes de animais brutos' além disso, houve a ascendência dos seguimentos dominantes da Europa tanto sobre as outras culturas quanto sobre os seguimentos excluídos de sua própria sociedade, os expropriados”.5.

Neste respeito, WELLS6 disse: “O movimento darwiniano tomou a cristandade formal de surpresa, repentinamente... O efeito foi imediato dessa grande disputa foi deveras muito nocivo. A nova ciência biológica não trouxe ainda nada de construtivo que substituísse os antigos arrimo de moral. Resultou uma verdadeira desmoralização...o verdadeiro ouro da religião foi lançado fora. A pessoa prevalecente no final do século dezenove achava que prevaleceria em virtude da luta pela existência, em que os fortes e astutos levam a melhor sobre os fracos e confiantes....Chegara à conclusão de que o homem é um animal social assim como o cão de caça índio por isso lhes parecia direito que os cães maiores da matilha humana oprimissem e subjugassem”.

WELLS acrescentou: “O povo alemão foi metodicamente imbuído da idéia da dominação (do branco) alemã do mundo, baseada em poderio, e da teoria de que a guerra era uma coisa necessária na vida”.

O professor DURANT7 disse: “Nietzche era filho de Darwin”, assim, a evolução preparou o terreno para o aumento do agnosticismo e o ateísmo, e abriu também a porta para o comunismo! A idéia que estes faziam do ensino da evolução pode ser observada no livro de BEER8, Charles Darwin, que disse: “sem duvida, foi parcialmente a falta de qualquer senso de história da parte de Darwin que o induziu a escrever a carta espontaneamente ingênua ao Barão Von Schezer. “que idéia tola parece prevalecer da Alemanha sobre a relação entre o Socialismo e a Evolução Pela Seleção Natural' .

O relato acima foi escrito em 26 de dezembro de 1879, e um ano depois ele deve ter levado um choque ao receber uma carta de Karl Marx, assim tanto Nietzche como Marx, foram profundamente influenciados pelas idéias evolucionistas de Darwin.

Durante séculos tentou-se provar que existia certa seleção natural, os que defendem a teoria de Darwin, postularam que tanto de modo fenótipo, como genótipo, ficariam por confirmada a teoria, como estavam enganados!

E - você caro professor, se tiver com vontade de rir deles pode rir “que a gente não fica chateado9 ” por que se tiver a paciência de continuar lendo-, verificará que nestes dois aspectos os cientistas também fizeram comentários muito ricos para este discurso!

O conceito de raça configurava como raça superior (o branco europeu) e raça inferior (o negro o índio e o asiático), no entanto tal conceito de raça não resistiu, nem a testes fenótipos nem a genótipos, e isso fica claro quando consideramos o que disse no princípio do século DENIKER “existem grupos étnicos...que tem a capacidade de unir homens de uma ou mais variedades, e variedades queria dizer também cor de pele” 10.

A mesma fonte acrescenta que os cientistas Huxley e Haddon (1936) corroboraram esta perspectiva: “A existência de subespécies humanas é pura hipótese. Nenhum grupo humano corresponde precisamente ás subespécies animais...o que existe... são grupos étnicos arbitrários, inter-relacionando uns com os outros”.

Para lembrar você caro colega professor, e para contextualizar outro exemplo de desigualdade social, onde a influência da teoria darwiniana atuou de modo bem forte, temos o caso de Adolf Hitler, pois talvez você já saiba que o terceiro Reich de Hitler, conforme os nossos livros de história mostram, concentrava-se nos homens em torno de Hitler, na máquina de governo, no processo de decisão, e no nazismo como um movimento social.

Que a evolução tem contribuído para manipular as mentes de milhões de pessoas, percebe-se na crítica de Roger Kessing pois mostrou que: “A cultura pode ser, entre outras coisas, um modo de mascarar e sustentar poderes e privilégios, de ocultar exploração e opressão”, disse também: “é preciso sempre perguntar quem cria e define os significados culturais; e com que finalidade”11.

Em vista disso perguntamos: Não está claro que esta teoria contribuiu para a exploração da humanidade privando as pessoas da boa convivência com os povos de outras etinías? Está esta teoria em harmonia com a ética social que tanto desejamos?

Não precisamos fazer conjecturas, os fatos e as terríveis conseqüências que esta repugnante teoria trouxe sobre a cultura mundial e sobre cientistas que se aproveitaram dela para descartar “Deus” e assim ficarem com uma pseudo consciência mais tranqüila, enganando a si mesmo, Hermann Graml no seu livro Europa zwischen den Kriegen (A Europa Entre as Guerras) chama Adolf Hitler de “genuíno darwinista social”15 e acrescenta: “seu conceito de guerra era uma forma inteiramente normal de intercurso nacional necessário ao fortalecimento do próprio povo alemão, e do individuo, e que o verdadeiro estadista tentaria, ele próprio, repetidas vezes produzir”12 .

Assim, - caro colega professor-, esperamos sinceramente que reflita neste pequeno discurso, e crie a coragem de lutar também contra esta teoria, que deslocou a humanidade, causou segregação racial, étnica, e trouxe muita tristeza no mundo, além do aumento da promiscuidade sexual, pois se somos animais podemos cruzar com qualquer macho ou fêmea no cio, daí a falta de responsabilidade em ter filhos e jogá-los pela janela, dar carne humana aos cães, etc...!

Creio que você saberá utilizar este discurso, para aporte pedagógico em sua regência, provoque os alunos! É caro que não vamos deixar de falar das diversas teorias humanas inclusiva a de Darwin, porém, junto com tais teorias poderemos também, provocar uma reflexão, em outra possibilidade bem real, já que você teve a coragem de pular o muro, espero que tenha fruído do néctar gostoso de ousar ciência, chame os alunos para fazer o mesmo.

Portanto, lembre-se de que por um lado “a ciência é um construto humano”13, daí imperfeita como ele mesmo o é, por outro lado, a ciência verdadeira, pauta-se no principio de que todo efeito tem uma

causa, se há criação, tem de haver um Criador, mesmo que este fato incomode muita gente!

The senseless one has said in his heart:

“There is no Jehovah.” 14

José Cristino dos Santos Mendonça,

aluno da UNIS/SABE, curso de Letras.

Referências:

1)SEMINÁRIO, de Letras, da UFMT, Poésis no Conteporâneo, e Poéticas e Políticas na Universidade Federal do Esatdo de Mato Grosso, MT – Cuiabá-MT-2005.

2)SANTOS, Boaventura de Sousa, A crítica da razão indolente-contra o desperdício da experiência, Editora Cortez, 5ª edição São Paulo, 2005, pag. 112.

3)PRIBERAM, Dicionário da Língua Portuguesa. Www.google.com.br.

4)FLAMARION, Ciro, Domínios da História- Ensaios da teoria e metodologia/Ciro Flamarion cardoso e Ronaldo Vainfas (orgs.) pag. 318.

5)FLAMARION, Ciro, Domínios da História- Ensaios da teoria e metodologia/Ciro Flamarion cardoso e Ronaldo Vainfas (orgs.) pag. 22.

6)WELLS, H. G. The Outline of History, 1921, pag. 956, 957.

7)DURANT, Will, The Story of Philosoph, 1943, pag.301.

8)BEER, Dee Charles Darwin, pag. 266.

9)REGINA, Elis, O fino da bossa, CD.

10)FLAMARION, Ciro, Domínios da História- Ensaios da teoria e metodologia/Ciro Flamarion cardoso e Ronaldo Vainfas (orgs.) pag. 320.

11)FLAMARION, Ciro, Domínios da História- Ensaios da teoria e metodologia/Ciro Flamarion cardoso e Ronaldo Vainfas at al, (orgs.) pag. 318, 319.

12)LOWENBEL, P, The psicohistorical Origins of the Nazi Youth Cohort, American Historical Review, p.76, p.1457-1502, 1971. BURKE, Peter Historical Review,p.76, p. 1457-1502, 1971(A Escrita da História novas perspectivas)” de Peter Burke (org.) pag.33.

13) CHASSOT, Attico, A ciência através dos tempos- 16ª edição, Editora Moderna, São Paulo -SP, pag. 249.

14) PSALMS, 14:1. New World Translation of the Holy Scriptures.

Cristino Mendonça
Enviado por Cristino Mendonça em 16/09/2010
Reeditado em 18/05/2015
Código do texto: T2501968
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