O relógio

Meu relógio interno havia parado!

Os ponteiros não estavam mais

a girar em torno do seu próprio eixo.

Antes eu controlava o tempo,

mas agora era o tempo

que ditava as regras.

Envelheci em uma semana

O equivalente ao dobro da idade

Que tenho hoje.

E tudo isso por causa da falta do meu bem querer

que sempre inseria o óleo da paixão

nas engrenagens desse relógio

que muitos conhecem por coração!

Quando pensava que seria

Aniquilado pelas forças malignas

Desse tempo voraz,

Eis que surge aquela Mão linda

E delicada a pousar novamente

O óleo rejuvenescedor

nas engrenagens do velho relógio

Que de tão gastas pela oxidação

Já estavam sucumbindo à ferrugem

Da falta de amor.

E como num passe de mágica

Voltou-se a escutar o tic-tac

Dos ponteiros em sincronia

E o que parecia velho

Voltou a ter a aparecia

De Coisa nova

E o tempo tão malicioso e vil

Não mais era o dono da razão

Pois agora tudo estava no seu

Devido lugar.

Nightcrawler menestrel da noite
Enviado por Nightcrawler menestrel da noite em 24/09/2010
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