Arte e Industria Cultural
Torna-se clara a diferença entre a arte e a indústria cultural ao analisarmos suas relações com o prazer. A indústria cultural propõe-se a satisfazer as necessidades da sociedade, porém, isto acontece de forma ilusória, esta indústria oferece seus produtos revestidos de um caráter de realização plena da felicidade do sujeito, promete status, a inserção social, enfim a satisfação da carência em relação ao sentimento de determinado prazer.
O homem perde a capacidade de identificar-se, sua identidade é minada pela desvalorização infringida pelo cansaço gerado pelo trabalho, então, através da cultura de massa num intuito narcisista, busca o reforço de sua identidade pela satisfação manipulada de se verem representados nas mídias televisivas, cinematográficas, e outras. E a isso, ainda, exclui-se o esforço intelectual gerador da capacidade criativa.
O homem sentindo a pressão social (trabalho, questões morais e religiosas) tenta encontrar um sentido e cai na armadilha da indústria cultural, fabricante deste mito do alcance à felicidade através do consumo de seus produtos. Já a Arte, caminha numa direção contrária, a principio é anti-social, pois, não adere aos padrões pré-concebidos da sociedade, daí o seu caráter fetichista. Critica, reivindicando uma autonomia, as relações capitalistas impostas. A ausência de funcionalidade vai de encontro à concepção do determinismo funcional do homem no sistema capitalista. Integrado neste sistema o homem não se encontra pronto para receber a Arte, pois, esta não oferece a diversão, o relaxamento ou descontração. Ela expõe justamente o sofrimento velado e reprimido devido aos recalques, ou melhor, às castrações da vida social.
Compreender uma obra de arte completamente não é possível, há sempre um quê de insolúvel, um enigma insuperável. Apresentar ao homem comum uma contemplação a qual ele não está acostumado, torna-se tarefa difícil, visto que a indústria cultural, além de não oferecer, abandona propositadamente qualquer elemento que exija a reflexão.
Concluímos, se nos permitirmos, que o valor da arte na nossa sociedade regida pela Indústria Cultural, mediante a síntese operada pela forma estética, nos informa do objeto destituído das interferências exercidas violentamente por uma rede de conceitos instituídos pela capitalista indústria cultural.
(Este é um texto que produzi, porém, devo esclarecer que tive por base algumas das idéias de Theodor Adorno)
Aproveitando o espaço, por fim, convido-os a visitar minha página onde posto alguns de meus trabalhos artísticos.
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