BIG BROTHER
“A ignorância é a mãe de todos os males”.
(François Rabelais (1483-1553) Escritor e Padre Francês)
Um castelo de paredes invisíveis, labirintos de ventos cheios de venenos que sufocam o pensamento, ou apenas um produto chamado BIG BROTHER.
Suas garras enlaçam qualquer tentativa ou exercício do pensamento.
Mas o que leva milhões e milhões a consumir esse produto?
Sobre as medidas e exigências da audiência, a indústria cultural molda seus “produtos” e “programas” para agradar a massa consumidora.
Segundo Theodor Adorno, a indústria cultura, dar a luz sobre o ar, a razão instrumental que opõe a razão crítica, mutila a capacidade de reflexão sobre os enunciados mais simples da sociedade. Transformando o público em objeto, com prazo de validade, e este deve ser o mais curto possível, porque assim o descontentamanto é quase que imediato, e o “ Novo” é a fórmula da Felicidade, isso explica a curta duração dos personagens, ou por que não afirmar , a Descatabilidade.
Qual a diferença entre o big brother 1, para o 7... e assim por diante?
Teoricamente NENHUMA – é sempre o mais do mesmo!!!
Até o processo de seleção é igual , são definidos por um preciso inventário de consumo, uma lista que segue a mesma estrutura de comportamento como se todos os itens revelassem a mesma coisa, como se todos fossem UM.
“(…) há uma cacofonia de vozes e nenhuma canção será cantada em uníssono, mas não se preocupe: nenhuma canção é necessariamente melhor que a próxima, e, se fosse, não haveria maneira de sabê-lo — por isso fique à vontade para cantar (compor se puder) sua própria canção (de qualquer maneira, você não aumentará a cacofonia; ela já é ensurdecedora e uma canção a mais não fará diferença).” - Zygmunt Bauman
O cerceamento da dialética no Big Brother é um instrumento que estanca ou distancia a audiência da verdade, porque a mesma dilacera a capacidade de questionar, de investigar os porquês do cenário, dos gestos, e das falas.
Mas o Big Brother não é apenas uma caixa de luzes falsas, propagando espetáculos de entretenimento, é um criador de “ ilusões “ “um alienador” de mentes. Define o feio e belo, a moda , o que a massa vai vestir , consumir e o que deve desprezar .
A indústria cultural sabe muito bem do poder de alienação do programa, e que os lucros superarão em porcentagens altíssimas os investimentos.
As roupas usadas, o corte de cabelo, a mistura de gêneros, a presença de homossexuais, de idosos e novos, não é nada por acaso, antes resultado de uma pesquisa detalhada e precisa , sobre o que agrada o telespectador, e o que aumenta a audiência.
O apelo dessa alienação é para Modernidade Líquida*; líquida, por ter a inconstância e a mobilidade, logo altos lucros, pois seus “produtos” são facilmente comestível e viciam, são ópios vendidos ao vivo, tragados ao vivo, são curativos que estancam ou cegam a visão quanto aos problemas da sociedade, por que pensá-los machuca, traria mudanças, que demanda tempo, e não produz “ lucros”.
Assim os telespectadores preferem assistir a caixa de ilusões.
Nessa platéia ninguém tem nome ou sobrenome, são apenas consumidores da mentira.
(..)
"Em frente à televisão
Lá está toda a família
Longe da realidade
Onde a bobagem fervilha
Não sabendo essa gente
Desprovida e inocente
Desta enorme 'armadilha'. "
(...) Antonio Carlos de Oliveira Barreto
São Paulo, mês de novembro de 2010.
* Modernidade Liquida
Autor: BAUMAN, ZYGMUNT
JK.