Não me acuse da loucura que em mim não conhece

Toca meu corpo de leve, como uma brisa que passeia sem

compromisso...

agita meus cabelos e percorra sem pressa as linhas

expostas da minha nudez, supostamente gentil...

Sinta a manhã diáfana brotando em meus seios, quase sem

promessas... unicamente porque se sabe viajante na memória dos teus

pensamentos...

Quando o sol abrir um sorriso na nesga da tarde que

abriga meus olhares...vestirei como uma luva teus poros salgados e

molhados na insensatez...

Não me acuse da loucura que em mim não conhece...posto

que ela se move em círculos crescentes, que só minha mente aceita...

Meus pés embora ligeiros, não me levam onde habita meu

corpo inteiro... minh´alma ainda que livre, não conhece os mistérios

das fusões excêntricas

que violam as leis do universo...assim não penetra nas

esferas das essências proibidas...

Sob a escuridão do manto que desce na noite de nós

dois, sussurram carinhos, que só conhecemos pelo vale das sombras que

atam e desatam nossos destinos ligados longe da alcova...

Passeia no ventre sagrado pela maternidade, no seio

desnudo pela paixão o desejo conspurcado pela visão tola...se me

tocas como brisa gelada, tão só me arrepias o calor das brasas

caladas...

Não me acharás na tarde vestida...sou canto livre em

terra prometida...sou prisioneira da carne ...abandono do

vento...aroma do pensamento...

Géia me protege o ventre que arde...Zéfiro me

transporta nas suas leves asas ...

Afrodite me ampara nos seios....mas é em Prometeu que a

vida me rasga...

Não receio o tempo da razão...não entendo a vida sem

fantasia...vivo enquanto me guiar pela emoção...e morro onde amor em

mim esfria...

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 22/06/2005
Código do texto: T26757
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