NÓS, HOMENS DE MÁSCARAS

Em face aos mais recentes acontecimentos que pontuam a HISTÓRIA DA HUMANIDADE um pensamento TAMBÉM A MIM tem intrigado muito: que mundo é este que construímos para nós? Aonde queremos chegar? De que forma queremos chegar? Qual o benefício individual e coletivo de se viver num mundo aonde o desenvolvimento tecnólogico é tão dramaticamente não sustentável?

É incrível como vivemos desassossegados!

A "tragédia em cascata" que atinge o Japão e que consequentemente preocupa o mundo todo, tendo em vista a possibilidade dum acidente nuclear mais sério E DE PROPORÇÕES IMPREVISÍVEIS, nos faz repensar se haveria , daqui pra frente, condições de se controlar eficazmente as mazelas dos tantos "efeitos colaterais" advindos da nossa "confortável modernidade" e que tanto danificam o planeta e os seus habitantes, danos de toda sorte, também gerados pelo saqueamento das matéria primas que retornam ao planeta em várias formas de lixo.

Qual a nossa consciente posição na tão ilusória "zona de conforto" que julgamos desfrutar neste "habitat maluco", zangado e tão poluído chamado de planeta Terra?

Em nome do progresso, hoje, somos seres assustados, observem, andamos de máscaras pelo mundo todo a nos proteger ora dos gases poluentes, ora do odor dos lixos assustadores que desvairadamente produzimos, ora dos agentes biológicos que vivem em constante mutação para nos assombrar...ou quem sabe dizimar.

Somos paradoxalmente a mão da ciência que constrói e que destroi com as mesmas armas.

Somos um planeta superpopuloso que necessita de energia limpa.

Não geramos energia suficiente para nos auto sustentar e desenhamos um assustador mapa da fome.

Quando geramos algo tido como fundamental, colocamos a nossa condição humana em sérios riscos. Contaminamos o ar, as águas e o solo, delapidamos todas as fontes esgotáveis de vida.

Na era dos "cogumelos de fumaça" produzimos armas mortíferas que matam impunemente e silenciosamente a nos atingir nas entranhas do nosso código genético. Perdemos o nosso próprio controle.

Que homens somos nós?

Homens do século vinte um que, de máscaras, evitamos inalar os odores das nossas tantas tragédias, todas elas com a participação das nossas inteligentes razões.

Aí está "a razão que a própria razão AINDA desconhece".

E muito distante está de conhecer.