MEDOS

MEDOS...

Medo é um sentimento de inquietação, resultante da ideia de um perigo real ou aparente. Medos todos nós temos, uns em maior escala que outros e pelos motivos mais variados. Eu, quando era pequeno se ficasse sozinho no quarto de dormir via imagens fantasmagóricas irromperem das trevas a pairar sobre mim e, era um deus nos acuda. Li um texto de um assíduo colaborador na imprensa local literariamente perfeito, por outro lado o belo texto me fez refletir quão complexo é o ser humano carregado de medos, obnubilado da razão até nas coisas mais comezinhas. Não pude deixar de pensar e de emitir ainda que a tão delicado tema, alguns despretensiosos e modestos conceitos.

Nós os seres humanos não somos espelhos límpidos, simples, que refletem as imagens. Somos seres pensantes cheios de sentimentos e emoções, que perquirimos, esquadrinhamos incessantemente. Nada mais natural já que somos seres pensantes.

Dizia o caro escritor que, não tem medo da morte. Assim deveria ser com todo mundo, já que essa senhora nos acompanha desde o dia em que nascemos, ainda assim, é presença incômoda, temida, ao contrário do que muitos afirmam. Mas, paradoxalmente o nosso amigo diz ter medo de Jesus Cristo. Claro, até entendo, o lado subjetivo da motivação que o levou a escrever tal texto. Ficcional, talvez provocação, para chamar a atenção, pois sinceramente não acredito no tal medo a Jesus Cristo a que se refere. Jesus Cristo é o protótipo da bondade e da mansidão de que nos reza a história.

Bem que eu gostaria de ser um hermeneuta para poder falar desse Cristo que dizes temer. Pois, segundo reza a história, Jesus só fez o bem: chorou ao saber que seu amigo Lázaro tinha morrido e, o fez retornar à vida após quatro dias no túmulo, deu vista aos cegos, pegou ao colo e acariciou as criancinhas, transformou água em vinho lá nas bodas de Canaã, e com apenas cinco pães e dois peixes, saciou a grande multidão que há dias o seguia para ouvir sua palavra, pois teve pena.

Tenho medos como qualquer um, como tu, mas quem os não têm?! Mas não aquele medo do Deus menino, do carpinteiro, pelo contrário, nele deposito meus temores e encontro refúgio nas minhas aflições, até e porque não, nas minhas dúvidas existencialistas, que vou superando pela minha fé.

O herói do cristianismo não morreu como dizes. A dimensão do Cristo está para lá do muro da nossa compreensão humana. Ele vive. Este relógio fantástico que é o Universo composto por bilhões de galáxias, e esta Terra onde vivemos de uma beleza imensurável não pode ter se criado a si mesmo, acredito que a tal criador capaz de tais maravilhas não lhe teria sido nada impossível fazer ressuscitar o seu próprio filho.

Mistérios, amigo, mas tudo é mistério profundo o que nos cerca que nossa vã filosofia é incapaz de entender, tampouco nos explicar.

Acho sim que deves temer o tal “visu”, a que te referes já que nele acreditas. Mas maior que todos os “visus”, é Jesus, que no fundo tu também crês e amas, talvez por isso te doa aquelas imagens que representam o Jesus homem que sofreu por nós.

Eduardo de Almeida Farias

Eduardo de Almeida Farias
Enviado por Eduardo de Almeida Farias em 04/05/2011
Código do texto: T2948704