LITERATURA DA MUDANÇA

No mundo hodierno a violência aumenta de forma avassaladora. Andar em locais ermos por uma cidade de porte médio, já é um grande risco. Hoje “Crime e Castigo” parecem não se interligar, pois está parecendo que vivemos com a “Crônica de uma morte anunciada” em pleno “El amor en los tiempos del cólera”. Se a coisa continuar desse jeito haverá gente fugindo com o “Itinerário de Pasárgada”debaixo dos braços! Ninguém respeita mais nada, desde “Casa de Pensão” até “O cortiço” são assaltados. E agora “José”, se a segurança continuar falha desse jeito, em breve estaremos todos no “Brejo das Almas”. Já tem gente pensando em andar com arco e flecha, morar na mata como “O Guarani.” Mas “Os sertões” também já não são seguros. Para assustar a bandidagem, teremos que sofrer uma “Metamorfose”, virarmos um “Espectro”, uma espécie de “Vaca e Hipogrifo”, ou dar uma de louco, saindo com “O Sapato Florido” na “Rua dos Cataventos”. Quem sabe quando tivermos uma cidade tranqüila, poderemos ver nas àrvores “O Pica-Pau Amarelo”, mas com o medo à solta seremos “Os Miseráveis”de sempre. Fazer o que? Virar um cavaleiro andante como “ Dom Quixote de La Mancha”? Talvez iniciar a “ Revolução dos Bichos”. Pode ser que a solução esteja num porão como “O Aleph”. Mas o bom seria, caminhar por aí, sentir alguém dizer: “Olhai os lírios do campo”, ser mais humano, ter os “ Caminhos Cruzados”, encontrar talvez, caminhando pela rua num gesto de amizade “O menino e o Tuim”, e no fim da tarde, parar e descansar ouvindo “Cem sonetos de amor”, ou fazer como “Dom Casmurro” tentar atar as duas pontas da vida! Vencer a violência que se alastra hoje, é uma “Odisséia”, mas não da forma que estamos fazendo, sendo que para os malfeitores isso é uma “Divina Comédia”. Precisamos fazer nossa Lei de Execução Penal funcionar de forma que realmente ressocialize concretamente, não na esfera ficcional, somente no papel “Para Inglês ver”. Precisamos nos organizar melhor, ter a persistência do “Velho e o Mar”, somente assim não embranqueceremos nossos cabelos com a sensação de ter vivido “ Cem anos de Solidão”.