SONETO É SONETO

Amigo Sustelo,

saudações poéticas !

Por

Frassino Machado

Hoje de manhã vi tua mensagem no meu E-Mail e fiquei contente pelo reconhecimento justo que fizeste da minha posição artística acerca do SONETO ! Bem hajas pela sensibilidade e sabedoria com que agraciaste a minha clara opção. Como sabes, estas convicções custam sempre caro a quem as professa ! Todavia eu não abdico dos ensinamentos fundamentais que adquiri junto de professores e mestres que, esses sim, "sabiam da poda" ! Os alicerces que recebi deles dão-me a crença de que, na verdade, as «obras de arte» como o SONETO (naquilo que as identifica) nunca passam de moda !

E por esse mundo fora, se lermos bem os grandes poetas contemporâneos, apesar de reconhecerem as virtualidades das "formas modernistas", cujo desiderato é apenas e só o de desbravarem novos caminhos de comunicação... jamais abandonam "nas horas nobres" as formas clássicas que, como sugeri atrás, são perenes e eternas ! Ora ... eu, ao afirmar com o ANTI-SONETO o que afirmei, apenas quero significar que se um dado Evento se comemora com Sonetos, então deverá ser mesmo com SONETOS e não com “fachadas de sonetos” . Se um Soneto deixa de ter as condicionantes técnicas que lhe dão o nome , então já não é Soneto ou, então o Soneto «deixa de ser Arte» . Uma miscelânea de formas, algumas bem bizarras, nunca poderão ser encaradas como Arte... e, não me digam que quem isto afirma está a ser orgulhoso e pedante, não. Eu, ao tomar a posição que tomei quis, de uma forma briosa, quiçá corajosa, defender a minha / nossa Dama ( Soneto ) ! Que "isto de ser poeta é uma constante caminhada para a perfeição" ( no dizer, por outras palavras, de Júlio Roberto ) que o mesmo será afirmar "a busca do Graal que todo o ser humano encarna" ! É que esta coisa de se dizer que "a arte é também liberdade..." ( eu até certo ponto concordo... ) mas nada de confusões: uma coisa é liberdade de pura comunicação como "expressão artística" e, aqui, haverá sempre lugar a critérios estéticos consagrados, outra coisa é a mera expressão literária factual de diferentes matizes circunstanciais, para transmitir alguns sentimentos justificáveis, mais ou menos interessantes/enquadrantes de realidades ou ficção, mas que dificilmente poderão aceder sequer à ombreira do Parnaso! Por outro lado, devemos de uma vez por todas deixarmo-nos de aventureirismos ( ou fúteis convenções ... ) e optar, decididamente, pela qualificação das formas de comunicação, que o mesmo é dizer "encetar os caminhos da Arte"!

E, para terminar, não se diga que "soneto é sempre soneto, seja 'perfeito' ou 'imperfeito'... pois todos são 'filhos de Deus' ! E esta, enh, pasme-se! Fecho eu, agora. O Soneto ou é Soneto ou não é SONETO ! Ademais acredito que, nesta hora, até Bocage da sua tumba eterna afirmou convictamente: « apoiado » ! Tenho dito.

Frassino Machado

FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 01/12/2006
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