Incertezas

Agora são trinta minutos de um novo dia! Não sei o que vai ser ou como vai terminar, mas é um novo dia! O momento é de reflexão, inquietação e desassossego. A certeza que eu tinha, não tem mais. As dúvidas que nasceram me levam há um mundo de insensatez e de incertezas. O que faço ou o que devo fazer?

As encruzilhadas da vida ou das armações da morte me atormentam. Vida que não parece vida, que não proporciona a felicidade ou mesmo a certeza de uma vida medíocre. Acha-se sempre que um dia vai chegar, prevalecer e concluir. Apenas acha-se. Eu pensava que sabia e compreendia a vida do jeito que ela é. Não sei. Não tenho certeza que as sementes que plantei vão germinar, crescer e florescer. Sequer sei se as sementes que plantei são frutíferas ou ervas daninha, e de fato o que elas vão gerar. Portanto, se não sei o resultado final de minhas ações, qual vai ser o fim de minhas reflexões?

O mundo nos proporciona poucas certezas e diversas frustrações. A pouca certeza que tenho é a de viver o agora e o momento, a de respirar e apenas sonhar. A outra é a de quase chegar. Chegar próximo dos sonhos e num breve instante imaginar. A outra certeza que tenho é a da morte, sei que um dia ela vai chegar. Às vezes, ela chega primeiro para a alma ou mesmo o desejar viver, mas o fim é a certeza de que um novo dia nunca mais vai chegar.

O poeta Salomão diz que o homem não sabe à hora, pois “Tudo lhe está oculto no futuro” (Eclesiastes 9). Mas que futuro, se sequer saberemos se vamos estar lá? Das incertezas que tenho que são várias, até posso a Deus questionar. Mas, se não tenho certeza que vivo como Deus pode se aproximar? Se não temos certeza daquilo que vimos e ouvimos, como podemos ter certeza daquilo que às vezes sequer sentimos?

Enfim, não sei o que dizer, o que pensar e o que fazer. Minhas inquietações continuam, o desassossego perdura e me incomoda. As incertezas me levam à diante, na esperança de um dia obter as respostas necessárias às minhas indagações. Neste momento, a única certeza que tenho é do último instante, porque do passado qualquer um pode se apropriar.