SINDROME DE BURNOUT

Uma das grandes preocupações dos pesquisadores da educação atualmente está ligada diretamente a forma como os professores estão sendo tratados profissionalmente.

Essa nova doença, Síndrome de Burnout vem atacando os profissionais da educação diariamente.

O que ela significa: È certa desistência si mesmo, a desmotivação total, o desinteresse pela vida, pela profissão, pelas coisas sociais, pelo seu modo de se importar com as coisas do outro etc.

O que provoca isso nos professores?

É num primeiro momento, a desvalorização da sociedade, ao profissional da educação.

A falta de compromisso da família na escola, achando que as mesmas, juntamente com os professores, devem assumir seus filhos, sendo além de professores, pediatras, psicólogos, clinico geral, babá, policial, etc.

O distanciamento da sociedade junto a escola, deixando os profissionais resolver os problemas de estrutura das escolas, como, salas adequadas, laboratórios, segurança, etc.

O desrespeito dos gestores governamentais, em acharem que os salários pagos a esses profissionais estão excelentes, obrigando os mesmos a procurarem outras atividades para complementar seus salários, pois caso contrário não podem manter sua família.

O desrespeito por parte de alguns alunos, que vêem no seu professor um inimigo, achando que tem o direito de tratá-lo como animal.

Essa dificuldade vem, a cada dia desestimulado os professores a exercerem sua profissão de forma ética e coerente com seu juramento, que é formar cidadão para o futuro, dentro da Ética e da Moral. Dos valores cívicos e religiosos, tendo como princípio a verdade e a justiça.

Não vêem eles que se não fosse nós professores, não teríamos os juízes famosos, os deputados, governadores, prefeitos, médicos, cientistas, pesquisas que salvam vidas, projetos que abrem fronteiras para os seres humanos...

Apesar de que no Brasil, para ser “político” na atual conjuntura, não há necessidade de estudo, basta saber assinar seu nome, o resto eles inventam. Inventam como roubar, como enganar, como decidir pelo outro, como tramar na calada da noite os projetos de corrupção, como decidir se uma lei é justa ou injusta...

Ai nos perguntamos: “Como podemos nos sentir incentivados a acordar todos os dias, seis horas da manhã,enfrentar três períodos de aula, chegar em casa vinte e três horas da noite em nossa casa, conversar com filhos, esposa, marido, e agradar a todos, manter o bom humor, quando em nossa mente continua latente, aquela frase do aluno do ensino médio na terceira aula de Matemática”: “ Seu professor vagabundo, desgraçado, filho da P.., Seu Vi..., como que você me deu essa Porr... de nota”?

Ai vamos conferir os diários e lá está 15 aulas no bimestre, ele só teve 6 presença, não fez nenhuma avaliação, não tem tarefa, não participou dos projetos da escola. Como que posso atribuir uma nota a esse aluno? Seria justo com os demais que se esforçaram e tiraram a média.

Desculpe, esqueci de algo. O projeto da educação é formação humana. Formação continuada. E não posso reprová-lo nem atribuir uma nota ou conceito menor que a média. Mesmo sem a média, o próprio projeto educacional o passará para a série seguinte. Isso é uma “novidade” que veio resolver o problema da educação em nossos Pais. Isso não é um “PARADOXO”?

Ai se explica por que os professores estão ficando doentes.

Bom, menos mal. Não é qualquer doença. O nome e Chique. Síndrome de Burnout.

O que é Síndrome de Burnout?

Hoje, nossa conversa baseia-se em um assunto sério, porém, um tanto quanto desconhecido para alguns, esta leitura trará informações sobre a Síndrome de Burnout, que infelizmente, a cada dia, faz novas vítimas.

Falando em termos técnicos, a Síndrome de Burnout designa um estado de exaustão prolongada e a diminuição do interesse, especificamente pelo trabalho. O termo Burnout vem do inglês burn (queima) e out (para fora, até o fim) e na gíria inglesa ele é utilizado para identificar os usuários de drogas que se deixaram consumir pelo vício, esse termo foi criado pelo inglês Herbert Freundenberg, em 1974 e ao pé da letra, o "Burnout" pode ser traduzido como "Combustão Completa".

Em português, o Burnout é algo parecido com "perder o fogo", "perder a energia", é uma síndrome, na qual a vítima perde totalmente o sentido da sua relação com o trabalho, de tal forma, que as coisas já não importam mais e que qualquer esforço é inútil.

É um estado de profundo desgaste profissional, geralmente, desenvolve-se em indivíduos muito dedicados (exigentes, com manias de perfeição...) que se frustram ao perceber que suas expectativas não serão atingidas, pode-se desenvolver também, como resultado de um longo período de esforços no trabalho.

Alguns estudiosos definem o Burnout, como uma síndrome, resultado de uma exaustão e a ausência de personalização no trabalho, outros acreditam que o Burnout é um caso de depressão clínica mais geral ou apenas uma forma de fadiga extrema.

O Burnout é uma doença que pode atingir indivíduos de qualquer área de atuação, contudo, sua freqüência, se dá em profissionais, cujo trabalho é diretamente ligado as relações interpessoais, tais como: professores, médicos, enfermeiros, psicanalistas, bombeiros, telemarketing, atendentes públicos, carcereiros...

Nos profissionais da área da saúde, a compaixão, a vontade de salvar vidas e a frustração de perdê-las, leva o indivíduo a desenvolver a síndrome de Burnout, já na área docente a demanda é de outra natureza, está diretamente relacionada ao cuidado, à possibilidade ou não de estabelecer vínculo afetivo com o aluno, e ainda, o docente enfrenta outros tipos demandas emocionais, como: políticas educacionais inadequadas, alunos "problemas" ou até sentimento de injustiça, do não reconhecimento da importância de seu trabalho perante a sociedade, entre outros.

Enfim, o Burnout é definido como uma reação a tensão emocional crônica, que por sua vez, é gerada pelo contato direto, excessivo e estressante com o trabalho.

Basicamente, os principais sintomas do Burnout são: exaustão emocional, despersonalização, baixa realização profissional, sensação de perda de energia e de fracasso profissional e também de esgotamento físico. Em decorrência a exaustão, o indivíduo sofre com dois desses sintomas, já que é reativa, a despersonalização, por exemplo, é o desenvolvimento de atitudes negativas em relação às pessoas próximas ao convívio profissional.

O indivíduo acometido pode também desenvolver alterações comportamentais, como a queda no rendimento, comportamento paranóico e até indícios de aumento no consumo de álcool, café e remédios, tudo isso ocorre, devido, ao trabalho, que consome o profissional, tanto emocionalmente, como fisicamente.

Diferente do estresse, que é caracterizado pela luta do organismo no sentido de recobrar o equilíbrio físico e mental, a síndrome de Burnout, é a "desistência" dessa luta, por isso, que a síndrome é conhecida como a "síndrome da desistência simbólica", que embora o trabalhador não se ausente fisicamente do trabalho, ele não consegue se envolver emocionalmente com o que faz.

Essa síndrome ataca tanto profissionais altamente experientes, quando jovens que acabam de ingressar no mercado de trabalho, no entanto, existem alguns cuidados a serem tomados para que você não seja mais uma vítima da síndrome de Burnout, tais quais destacamos:

- Não deixe sua rotina de trabalho cair na monotonia, aumente e diversifique-as;

- Procure não exceder horas extras;

- Tente não se envolver tanto com problemas cotidianos e ou alheios;

- Nas relações interpessoais, troque vivências, experiências e até problemas em comum, isso pode levar a revisão de suas expectativas e possíveis soluções para lidar com determinadas frustrações [...]

Para que seja diagnosticada a síndrome de Burnout, são necessários exames clínicos, geralmente, tais exames são realizados por médicos ou psicólogos, através de instrumentos psicológicos específicos para tal avaliação, se constatada a síndrome, o imediato a fazer é afastar-se do ambiente de trabalho ou até aposentar-se por invalidez, em casos extremos, uma vez que a melhora se dá a partir do momento que a pessoa acometida muda seus hábitos e rotina.

Por isso, é de extrema importância que profissionais com perfis iguais aos citados no inicio deste texto, se atentem para o menor sinal de desgaste profissional e procurem ajuda de um profissional especializado, pois a Síndrome de Burnout, além do desgaste profissional, pode causar também sérias complicações de saúde, devido ao estresse crônico e a deterioração da qualidade de vida.

Professor. Antonio M. Bataioli

antonio marcelei bataioli
Enviado por antonio marcelei bataioli em 18/07/2011
Código do texto: T3103000
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