Escolhas

O dia amanhece e mal percebemos que desde os primeiros raios do sol, já estamos fazendo escolhas.

A primeira, e mais completa, não somos nós que fazemos, porque estar vivo não depende unicamente de nossa vontade, e pode acontecer de não acordarmos no dia seguinte... Ninguém pensa nisso, e confesso que nem eu. Sempre penso que vou dormir, e vou acordar no dia seguinte, e esqueço que o simples fato de estar viva já é uma dádiva, e nós muitas vezes nem percebemos...

Bom, mas vamos às escolhas. Quando acordamos, temos o livre arbítrio de decidir, nos primeiros momentos, como será o nosso dia.

Podemos acordar achando tudo horrível, o dia feio, uma preguiça de sair da cama, uma vontade de simplesmente virar pro lado, puxar a coberta e esquecer do mundo lá fora.

Podemos abrir os olhos, olhar pela janela, e mesmo que não esteja um sol radiante, achar que tudo vai dar certo naquele dia, e que estamos prontos para começar mais uma jornada.

Isso se resume a uma escolha, como encarar o novo dia que desponta no horizonte.

Aí vamos para coisas mais complexas... porque escolhemos às vezes coisas que não nos agradam, que não nos realizam, mas por algum motivo acabamos optando por elas?

Que mecanismo maluco é esse que nos empurra a fazer algo que não queremos, ou não temos absoluta certeza, e às vezes vamos por impulso, sem pedo nem medida?

Há tantos questionamentos, tantas inquietações em minha alma que às vezes eu mesma não me acho.

Vejo essas escolhas nas pessoas mais próximas, em mim mesma tantas vezes, e me pergunto o que me move, o que me faz tomar rumos tão diferentes da minha verdadeira essência, e o que me mantém nessa linha por tanto tempo, como se vivesse no escuro, tateando o próximo passo...

Há coisas que não têm explicação. E as escolhas são feitas todos os dias, todas as horas, e temos que continuar escolhendo, certo ou errado, porque disso depende o nosso caminhar... talvez um dia eu encontre a resposta para as minhas escolhas, em algum lugar.